Cenário de muitos (e bons) filmes fotos by: Ira
Ischia Ponte, vista do alto do Castelo Aragonês |
Filmes mexem com a imaginação da
gente. Inspirada numa comédia antiga ambientada na ilha italiana de Ischia (com Jack Lemmon e Juliete Mills),
foi assim que esse lugar entrou nos meus planos de viagem.
Muitos outros filmes
foram locados ali, entre eles “Cleópatra”
e “O talentoso Ripley”. Rápida
pesquisa na internet informava que Ischia não era tão conhecida nem tão cara quanto
a vizinha Capri. Fui parar lá imaginando encontrar humildes
casinhas de pescadores em meio à natureza. Ledo engano.
Num rápido giro de reconhecimento pelo centro histórico
e pela praia, vi hotéis suntuosos, restaurantes caros e lojas de grife. Instalei-me
no lado da ilha chamado Ischia Ponte,
próximo a um dos monumentos mais visitados do local, o Castelo Aragonês. Um folheto no quarto, para dar idéia, oferecia uma simples limpeza facial por
€ 450 euros!!!! Era o item mais em conta e eu tinha reserva na ilha para cinco
dias! Para não ver meus euros definhando pensei até em reduzir a estada.
Castelo Aragonês |
Comecei, no dia seguinte, por uma visita ao Castelo Aragonês. Foi então que me apaixonei por Ischia e ficaria muitos dias mais, não fosse o detalhe da restrição financeira.
Construído em 474 a. C., como fortaleza, o castelo hoje é uma propriedade privada. Paga-se cerca de € 8,00 e é bom reservar umas quatro horas para ver tudo, incluindo os jardins. Passei ali a manhã inteira e uma parte da tarde.
Um dos locais que chamou minha atenção foi o “Cemitério de Freiras”. Até
1810 viviam ali freiras da ordem das Clarissas que, como parte de suas
práticas, deixavam suas mortas em cubículos, numa espécie de assento de pedra,
com calhas e furos para drenagem. Enquanto os corpos se decompunham
naturalmente, as religiosas eram obrigadas a fazer ali suas orações diárias,
vendo as companheiras sem vida, para meditar sobre a inutilidade do corpo
enquanto simples depósito do espírito.
No lado externo, um belvedere, amplos pátios e jardins também podem ser visitados. Há ruínas da antiga construção e pode-se admirar a estrutura arquitetônica do castelo, em que se sobrepõem características de diferentes épocas. No percurso, videiras que crescem quase despencando em direção ao mar e também cultivo de oliveiras, além de mostras da exuberante vegetação mediterrânea. Tudo circundado por sendas floridas, terraços, igrejas e monumentos antigos.
Menu de um dos meus almoços no |
O local possui cafeterias e restaurante, mas uma boa pedida é experimentar a variedade oferecida nos pequenos restaurantes das redondezas. Encontrei um lugar simples e perfeito para orçamentos despretensiosos, com atendimento e cardápio excelentes sob supervisão dos proprietários: Tratoria Sciuè Sciuè (Via Mazzella, 86).
As mesas ao ar livre permitem observar as idas e vindas dos transeuntes na rua em frente, ladeada por sorveterias, pastelarias e lojas.
Porta do quarto do hotel em Forio d'Ischia com terraço e vista para a praia |
Decidi dar mais uma chance à minha estada na ilha, indo nos dias seguintes para o lado oposto, Forio d’Ischia, em que o atrativo são os complexos de águas termais.
Instalei-me em um apartamento com amplo terraço inclinado em direção à praia. Passei os dias restantes entre longas caminhadas e passeios de barco e de ônibus.
Dali partem diversos barcos e dediquei
um dos dias para um passeio à Costiera
Amalfitana com paradas em Capri, Positano e Amalfi.
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