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Creta – Heraklio/Cnossos (Κρήτη - Ηράκλειο / Κνωσού)


Caminhos da Mitologia                                                                            foto by: (www)
Porto de Veneza, Heraklio, capital de Creta
(Castello del Molo)

           Chegamos ao antigo porto de Veneza, em Heraklio, capital administrativa de Creta, depois de uma viagem cansativa de uma noite inteira (12h) num barco (rodeadas por  pessoas falando grego). 
          Com um mapa na mão (em caracteres gregos...) saímos à procura do albergue. Andávamos as duas, minha filha e eu, pelas ruas ainda desertas cedo da manhã. Havíamos feito um daqueles nossos cursinhos básico-elementar-para-turistas-desesperadas: alfabeto + “bom dia, boa tarde, não sei falar grego, quanto custa?” Então, minha filha lia no mapa e eu procurava as placas nas esquinas.  The...o...to...ko...pou...lou.... Encontramos!
          Creta é a maior das ilhas da Grécia e suas entradas principais são o porto e o aeroporto. Por mar, a primeira visão que se tem é dominada pela imponente fortaleza (Castello del Molo), construída pelos venezianos entre os séculos 14 e 15 num sistema defensivo que incluía o porto e muros com mais de 4 km de extensão. O centro da cidade é a Praça Eleftheria (da Liberdade), onde tem uma estátua do escritor Nikos Kazantzakis. Aliás, a música do filme Zorba, o grego ainda é bastante ouvida, pois a reconhecíamos em táxis e nos restaurantes. Em torno desta praça, ruas estreitas pontilhadas de cafés, restaurantes, lojas.

Desenho de como seria
 o Palácio de Cnossos,
(fonte: greciaantiga.org)          
            Fui levada a Creta pela fantasia. Em Creta, a deusa Réia teria escondido Zeus, para que este não fosse devorado por Cronos.
          Eu queria conhecer as ruínas do famoso Palácio de Cnossos, o labirinto onde teria vivido o terrível monstro Minotauro. 
          Sete jovens e sete donzelas atenienses eram oferecidas em sacrifício até que o monstro foi morto pelas mãos do herói, príncipe Teseu, com o auxílio da enamorada Ariadne. Tem relação com este mito a história de Dédalo (que construíu o labirinto) e seu filho Ícaro, que logo me fascinou com sua tresloucada decisão de, uma vez no céu, voar acima da prudência e em direção ao sol. Monteiro Lobato, com suas adaptações de passagens clássicas para livros infantis,  plantou essas imagens indeléveis na minha cabeça.
          Por obra deste autor fui apresentada à mitologia, para mim fonte inesgotável de maravilhas sobre ilusões, esperanças e desesperanças do ser humano. Minhas primeiras imagens de tragédia e compaixão pela dor alheia formaram-se com o epílogo desta lenda: ao se aproximar de Atenas, Teseu esquece de colocar velas brancas no barco, conforme combinara com o pai para anunciar que retornava com vida e deixa as velas pretas enfunadas ao vento. Acreditando que o filho morrera na aventura, o velho Egeu atira-se de um penhasco ao mar (que passa a ter seu nome) e à morte.                    
                                                       fotos by: Isadora Pamplona
             
          Na praça Eleftheria pode-se pegar um ônibus para ir ao sítio arqueológico (a 5 km) onde estão as ruínas de Cnossos, uma cidade-palácio de vários andares ocupando uma área em torno de 20 mil metros quadrados nas proximidades do rio Kairatos.
           O local teria sido habitado desde o período Neolítico (6.000 a.C.). Foram descobertas mais de 1.500 habitações em torno a um pátio central e há indícios de vários palácios superpostos, construídos sobre os anteriores, destruídos por terremotos ou incêndios.
          

          O complexo foi descoberto por escavações, entre  o final do século 19 e início do século 20, comandadas pelo arqueólogo inglês sir Arthur Evans, que durante mais de três décadas dedicou-se aos trabalhos de reconstrução de Cnossos. 
          Muito do que o turista vê, partes do prédio, afrescos, aposentos reais, fazem parte desta obra de reconstituição com o objetivo de proporcionar melhor idéia do que teria sido o palácio do rei Minos.
          As ruínas descansam sobre uma paisagem circundante de suaves encostas de montanhas. 
          Deixei a imaginação  voar solta por entre as árvores até onde a vista alcançou e, por instantes, sentei-me na beira do caminho das páginas das leituras infanto-juvenis.

          Retornamos ao albergue e saímos em busca de uma praia, supostamente a três quilômetros de distância. Depois de caminhar muito sem encontrar nada além de pedras e rochas, e nenhum acesso ao mar, retornamos frustradas. Escolhi ficar em Heraklio para conhecer Cnossos, mas a ilha inteira de Creta tem muitas outras belezas que ficaram distantes, em locais como Chania (Haniá), a segunda maior cidade da ilha e localizada do lado oeste.
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Dicas/experiências:
Turismo: (www); (www);
Hotel: Mirabello Hotel – (www) - 
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