Eu vou.
Vem?!!!
Avignon - França |
Faz cinco anos, inventei de sair por
aí disposta a conhecer o mundo um pouco além do quintal.
Queria ficar fora
alguns meses, terminei indo sozinha. Isso pode parecer difícil para muitas
pessoas, algumas me escrevem dizendo não ter coragem.
É para elas que conto um
pouco das minhas experiências. Olho para trás e posso dizer que engolir meus
medos é o elixir que me dá confiança para seguir em frente.
Moscou - Rússia |
Viagem x imprevistos - Sair da zona de conforto assusta, é normal. Mas, sendo realista, não posso evitar imprevistos, quando aparecem tenho que dar um jeito. Encarar ou fugir?
Se
escolho fugir o caminho me leva direto de volta para casa.
É frustrante, porque
eu saí para conhecer o mundo, não é? Se estou sozinha, as respostas dependem só da minha decisão, posso tentar resolver do meu jeito, correr, pedir ajuda ou ficar paralisada (para mim, esse é o modo mais rápido de ser
engolida pelo medo).
Mas, se eu ficar doente? Se eu
quebrar uma perna? Se eu perder meus documentos? Calma, os “se” não acontecem
todos de uma vez.
Não dá para prevenir todas as possibilidades ruins. Quando
algo realmente grave ocorrer, geralmente restam apenas duas coisas a fazer: ou
resolvo o problema da melhor forma que puder, nas circunstâncias, ou não há o que
ser feito, está fora do meu alcance. Decidi que não vale a pena me preocupar
com a segunda alternativa.
O que dá pra fazer, sim, é planejar
tudo o que for possível, pesquisar, anotar, fazer planilhas, juntar documentos.
Na internet há vários sites de viajantes mais experientes que
compartilham dicas. Para o meu sonho de fazer uma volta ao mundo, guardo o
site do Projeto Vira-volta (aqui),
do casal Carol e Alexis). Na aba “Kiki around the world” eles ensinam como montar
planilha de gastos.
Medo de avião – Sinto-me menos
boba em saber que muita gente está nessa comigo. Isso começou há alguns anos
quando, numa decolagem sob tempestade, o avião teve uma espécie de queda
brusca. Eu voltava de uma viagem à Disneylândia, com todas aquelas
montanhas-russas.
Nunca mais quero sentir essa sensação horrível, quase posso
ouvir meus próprios gritos e os dos demais passageiros. Mas, o mundo é grande, a pé não vou longe, de
carroça não dá, navio leva muitos dias ...
Medo da solidão – Concordo, é
frustrante ver coisas diferentes, interessantes e bonitas sem ter com quem
comentar.
Mas (esquece o Whatsapp), para mim serve de terapia. Tenho um
tempo de só absorver, alimentar-me de paisagens e de momentos únicos.
Tenho diálogos interiores. aprendo sobre mim mesma, sobre como reajo quando ninguém à minha volta me conhece.
Tenho diálogos interiores. aprendo sobre mim mesma, sobre como reajo quando ninguém à minha volta me conhece.
Considero que mais me valeu aquela
primeira viagem por ter ido sozinha do que os lugares que visitei.
Philadelphia |
Estar
sozinha é uma opção.
Se quiser, aproveito todas as chances que tenho para puxar
conversa. Assim, conheci pessoas e fiz
passeios agradáveis, com algumas ainda mantenho contato até hoje.
Isfahan - Irã/Pérsia |
Viajar sem falar outras línguas - Ver chineses,
japoneses, russos e alemães turistando pelas grandes cidades, com mapas provavelmente
escritos em inglês, me diz que podemos, sim, viajar sem falar a língua dos
lugares. Ninguém precisa saber grego, alemão ou russo. Mas, claro, um inglês
básico facilita. Quem ainda não tem, deve saber que vai passar alguns
perrengues.
Para quem parte do zero no inglês, há
na internet bons cursos gratuitos. Entra lá e aproveita enquanto o sonho está na
fase de planejamento, dedica algumas horas a um aprendizado que facilita
muitas coisas. Eu mesma, uso o Duolingo (aqui), as dicas do Inglês na Ponta da
Língua (aqui) e o Engvid (aqui). Cada professor centra em um tópico do processo. Adoro a Ronnie.
Atenas - Grécia |
Mas, nem mesmo o inglês básico
resolveu quando, na Grécia, minha filha e eu nos perdemos num passeio por um
bosque.
Estava anoitecendo, não encontrávamos a saída, perguntamos para várias
pessoas, ninguém entendia ou falava inglês.
Foi, então, que lembrei que o Português
tem muitas palavras vindas do grego.
Pensei na Bíblia, tasquei um “Exodus!”
para um casal e.... eles nos apontaram o rumo da saída!
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Ira, prazer em conhecer seu blog. Por acaso achei suas publicações... Ouvi outro dia que eu estou "velha" para meus novos rumos e os recomeços que a vida nos "oportuniza". Bom, acho que foi um sinal..rs, não estou nada velha e você é linda e jovem. Tomara que continue viajando para nos contar mais sobre seus rumos também. Grande abraço, Kelly.
ResponderExcluirObs.: você me inspirou a pensar e planejar uma mini volta ao mundo...rs
ResponderExcluirOi, Kelly. Obrigada pela visita e pelo comentário. Fico feliz que as minhas anotações sobre viagens sirvam de inspiração para que mais pessoas saiam em busca dos seus sonhos. De certa forma, a vida é uma viagem e, dentro das nossas circunstâncias, podemos escolher os caminhos. Boas viagens!
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