Jeitos de
amar a ilha fotos by: Ira
Das leituras juvenis
recortei cenários imaginados para uma vida perfeita, cuja realização máxima
seria morar numa ilha, melhor, num arquipélago. E não é que – danadinha - consegui
torcer o leme do destino e ancorar numa paisagem dessas?
Nos meus desenhos
recorrentes de criança havia um recanto de mar com um barco ancorado. Na
margem, um caminho estreito que levava à porta de uma casinha simples (fumaça
saindo pela chaminé), o voo de pássaros por entre nuvens, o recorte de uma árvore. Ao fundo, o sol
se pondo por trás dos montes.
Quem conhece a Ponta do Coral sabe do que estou falando. E eu a desenhava sem saber que ela existia de verdade.
Quem conhece a Ponta do Coral sabe do que estou falando. E eu a desenhava sem saber que ela existia de verdade.
Santo Antônio de Lisboa |
Amo esta ilha de Santa Catarina, porção maior da capital Florianópolis. Vejo-a como um mosaico de belezas que se encaixam como um puzzle customizado: cada um vai montando um desenho único em acordo com as suas afinidades: porções de mar, lagoas, morros, trilhas, servidões. Barcos, bruxas, cachoeiras, rendeiras. Prédios de apartamentos, igrejas, casas, fortalezas. Pontes, rios, mangues, trapiches, canais, baías.
Alto do Morro do Tijuco |
Apreciar a natureza local é uma das minhas programações prediletas, entre as dezenas de escolhas possíveis. Fazer trilha, é uma delas, há vários organizadores e diferentes roteiros.
Num grupo de 41 pessoas, tendo como guia o Assessor Esportivo Vanderlei Moreira Prates (site), participei de uma trilha que, partindo da Praia do Saquinho, na Costa da Lagoa, chega ao Morro do Tijuco, de onde se desfruta uma vista panorâmica.
Costa da Lagoa |
O ponto de encontro - cedinho da manhã - foi no estacionamento do Lacustre (local de passeios de barco) no bairro Rio Vermelho.
Teve distribuição de kit-lanches aos participantes (água, energético, frutas, barras de cereais). Dali, fizemos uma travessia de barco até a Costa da Lagoa, onde seria iniciada a caminhada. Antes, o grupo fez alongamento e recebeu orientações do guia.
Pausa à sombra |
Bem no comecinho, um longo trecho de subida exigiu pernas e fôlego da turma. Por sorte o dia estava nublado amenizando o calor e caminhamos bastante sob a sombra das árvores. Cheirinho bom de mato. Fizemos pausa breve para repor energias, reagrupar os participantes, repassar repelente, e... adiante, para o alto.
Quando chegamos ao ponto
máximo da trilha, a vista é um deslumbre: de um lado avista-se a lagoa, de
outro, parte da praia e dunas de Moçambique, Morro das Aranhas e Morro dos Ingleses. Parada
para lanche, cada um procura bom ângulo para as fotos. Cada um faz seu momento
especial de encontro com a beleza (interna e externa).
Ah, a descida não é fácil
como se imagina, não. Refazer os passos sofridos da escalada, ao revés,
testando os freios-de-pé exige esforço. É pedra, córrego, galho, folhas secas,
areião. É pulo, escorregão, agachamento, mistura de aeróbica com obstáculos.
Durante o percurso a
paisagem se descortina sob variadas formas. Vi moradas e recantos especiais,
pessoas e modos de vida especiais. Tudo renovou meu olhar interior e aumentou o
apreço que tenho por esta ilha-paraíso.
Ao final, nos encontramos
todos para um almoço coletivo no Restaurante do Cabral, na Costa da Lagoa. No
cardápio frutas, peixe, frango e complementos. Dali, retornamos de barco ao Rio
Vermelho.
Acelerando, na direção do restaurante... |
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Características desta trilha, segundo o guia
Vanderlei Moreira:
Extensão: 9.300km (ida e volta);
Preparo físico: mediano a bom (requer atenção em
subidas e descidas);
Tipo de terreno: areia, chão batido, folhagens secas,
trechos cobertos pela vegetação;
Risco: médio;
Tempo de percurso: 4 horas aproximadamente (incluindo
o trajeto de barco até o início da trilha e a depender do perfil do grupo);
Peculiaridades: subidas e descidas acentuadas,
travessias de pequenos riachos, mirantes naturais;
Altimetria: de 0 a 180 metros (chegando a 220 metros).
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