A História por trás da nossa História
foto by: iranchamber.com
Chegamos a Persépolis (Takht-e Jamshid), no sul do Irã, partindo em um
voo da capital Teerã até Shiraz
(1h45min) e, dali, seguindo de carro (cerca de 60 Km , passando pelo deserto).
Aquela que foi a sede do trono do império aquemênida no auge do seu esplendor
guarda mais de 2.500 anos de História por entre as ruínas de um complexo de edifícios
monumentais, palácios e túmulos reais e é o principal sítio arqueológico do
país.
A construção de Persépolis foi ordenada por Dario I, o Grande (entre 516 e
Xerxes e Artaxerxes, respectivamente filho e neto
de Dario, deram continuidade e ampliaram as obras que teriam levado mais de 100
anos para ser concluídas.
Famosa pela grandeza e suntuosidade, adornada com ouro e metais preciosos, Persépolis recebia convidados nobres vindos do Egito, Síria, Babilônia e Etiópia, conforme atestam as gravações em alto-relevo ainda visíveis no que resta de seus muros e paredes.
Mal acreditava estar olhando de verdade, tão próximas, as figuras que folheei nos meus livros de História dos bancos escolares e que jamais esqueci.
Destruída pelo fogo durante a conquista da Pérsia por Alexandre III, o Grande, em
Entretanto, continuou
praticamente abandonada até o início do século XX quando, em 1930, começaram as
primeiras escavações.
Atualmente, é o principal sítio arqueológico do Irã, além de ser também um símbolo para os iranianos. O local é bastante visitado, embora não sejam vistos muitos turistas estrangeiros.
O historiador grego Heródoto fez um relato sobre o longo período de guerras entre persas e gregos que, vencedores, tornam-se a civilização que é um dos pilares da cultura ocidental. Antes de ser subjugado, o império persa foi o maior até então conhecido, suas fronteiras estendiam-se da Índia ao Egito. Nossa cultura deve aos persas, entre outras contribuições as redes de estradas, os sistemas de correios e de irrigação, a cobrança e a fiscalização de tributos e o uso da moeda. As ruínas de Persépolis estão registradas como Patrimônio da Unesco.
Nossa guia, Sara, explica que, na construção dos palácios foram usadas técnicas sofisticadas, como a junção de grandes pedras para nivelamento do solo com grampos de metal.
A estrutura do complexo de palácios ocupa uma gigantesca plataforma de
125 mil m², parte artificial e parte cavada na rocha. Havia pilares e muralhas
de mais de 20 metros
de altura, um sistema subterrâneo de saneamento básico (túneis escavados
através da rocha) e um reservatório elevado de água.
Muita coisa foi levada por saqueadores durante o
tempo em que o local ficou abandonado. A entrada é formada por duas rampas de
escadarias de acesso em cujo topo fica uma das principais atrações do que resta
e que dá uma mostra da suntuosidade do passado: o Portão de Xerxes.
São dois blocos de pedra esculpidos com a figura de touros alados com cabeças de homem e que servem de base para duas gigantescas colunas que deveriam sustentar uma imensa porta de madeira que não mais existe.
Seguindo-se à direita, chega-se ao
maior edifício, o Palácio do rei Dario, conhecido como Apadana, no qual restam apenas 36 das 70 colunas originais. Nos
muros do palácio central, em alto-relevo, estão descritas cenas de
representantes de dezenas de povos estrangeiros trazendo suas oferendas e
tributos aos imperadores persas. Em seguida ao Tripylon (portão triplo), chega-se ao Salão do Trono, segundo maior
edifício do complexo, também conhecido como Salão das 100 colunas (suportes de
madeira que sustentavam o teto).
Entre as demais atrações, destacam-se os palácios de Dario e Xerxes I, o Harém de Xerxes e o Palácio do Tesouro de Dario. Nas paredes e parapeitos das escadas de acesso ao Apadana e ao Tripylon, pode-se ver os relevos que mostram filas de soldados desfilando e que representam os Dez Mil Imortais (regimento persa de elite em que, sempre que um soldado morresse era feita sua imediata substituição, de forma que o número total de guerreiros permanecia sempre o mesmo).
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Ao fundo, na direção das montanhas circundantes, escavadas nas rochas do monte Küh-é Rahmat, estão as tumbas rupestres provavelmente pertencentes a Artaxerxes II e Artaxerxes III.
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Já no caminho de volta para Shiraz, em Naqsh-i-Rustam (cerca de 5 quilômetros de Persépolis), em uma antiga área sagrada estão enterrados quatro reis aquemênidas.
Incrustrados na pedra, a vários metros do solo, os túmulos impressionam pela inserção inusitada na paisagem árida, emoldurados pela montanha.
As fachadas das tumbas têm formato de uma cruz que se abre para uma pequena câmara, onde está o sarcófago do rei.
Apenas a de Dario I pode ser identificada com certeza pelas inscrições. As demais são atribuídas a seus sucessores imediatos: seu filho Xerxes, Artaxerxes e Dario II. Um quinto, inacabado, pode ser de Artaxerxes III, ou ainda de Dario III, o último da dinastia aquemênida.
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Ciro II, o Grande, fundador do
império persa, havia estabelecido sua sede em Pasárgada (cerca de 60
km de Persépolis)
antes que seu sucessor Dario I tivesse criado a nova capital. Completamente
destruída, Pasárgada resume-se
atualmente a algumas poucas ruínas, entre as quais a tumba de Ciro.
Infelizmente, Pasárgada
não estava em nosso roteiro e não pude ver o famoso mausoléu.
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Dicas/experiências:
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Informações turísticas: (em persa, usar Google
translator):
Arte e História da Pérsia:(em inglês)
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