(Turismo pelo passado)
Registro as viagens que fiz para continuar tendo delas boas lembranças. Mas, também porque acredito que relatos de pessoas comuns fazem mais pelo turismo do que os ministérios. Quando digo que sou brasileira, nas minhas andanças, ouço muitos suspiros e sorrisos que revelam intensa simpatia. Vejo que o meu país, por sua vez, faz parte do sonho de outras culturas. Conversei com pessoas, com as quais continuo trocando mensagens, que alimentam o sonho de “um dia” conhecer o Brasil.
Amyr Klink: Cem dias entre o céu e o mar; Mar sem fim; Paratii, entre dois pólos.
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Registro as viagens que fiz para continuar tendo delas boas lembranças. Mas, também porque acredito que relatos de pessoas comuns fazem mais pelo turismo do que os ministérios. Quando digo que sou brasileira, nas minhas andanças, ouço muitos suspiros e sorrisos que revelam intensa simpatia. Vejo que o meu país, por sua vez, faz parte do sonho de outras culturas. Conversei com pessoas, com as quais continuo trocando mensagens, que alimentam o sonho de “um dia” conhecer o Brasil.
Minhas viagens são inspiradas em grande parte por
relatos que li e ouvi misturados com uma boa dose de imaginação. Fontes
preciosas e permanentes: Júlio Verne, Marco Polo, Jonathan Swift – lidos em versões para o
público infantil -, mais Ítalo Calvino e Amyr Klink entre outros. Tive um
inesquecível professor de Geografia, nos distantes bancos escolares, que nos proporcionou
o primeiro giro pelo mundo quando ainda fazíamos “pesquisas” em revistas e
enciclopédias, nem existia o “CTRL-C + CTRL-V”.
Naquela mesma distante época, assisti a um espetáculo
protagonizado pelos alunos com versões de músicas conhecidas em diversas
línguas, encenadas com roupas e ambientações características de cada país. Flocos
de algodão faziam as vezes da neve na Rússia que, desde então, cultivei o sonho
de conhecer no inverno. Um pouco mais adiante, Fiódor Dostoiévsky encarregou-se
de transformar o sonho em paixão.
Ah, às vezes faço turismo pelo passado, também é
interessante e bom.
Há mais ou menos 50 anos, sentada numa das cadeiras da
platéia do pequeno teatro do colégio, vi o mundo passar num musical apresentado
no palco. Tive a sorte de poder visitar quase todos os países ali mostrados.
Retornei e fiz, há poucos meses, uma visita sentimental à cidadezinha que tanto
marcou minha infância e adolescência, numa espécie de viagem pelo avesso,
apenas para rever aquele espaço minúsculo, vazio e iluminado, onde ainda cabem
todos os meus sonhos.
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Teatro do antigo Ginásio Nossa Senhora da Conceição, em Taquari |
O mundo que vejo nas viagens é quase sempre diferente
daquele que sonho. Tem pessoas, sons, música, aromas e imprevistos. Tem novas
lições. Mas, seguramente, está conectado com a minha infância, com o que
ensinaram meus mestres, com os livros, filmes, canções e relatos das freiras, muitas
descendentes de imigrantes alemães e italianos.
Um professor, de Matemática, reservava o dia do seu
aniversário, a cada ano, para nos contar como teve que fugir da Holanda,
durante a II Guerra. Outro, alemão, contou ter visto um filme com o pai, aos oito
anos de idade, um documentário sobre o Rio de Janeiro. Não conseguiu mais se
livrar do desejo de um dia conhecer aquele país. Quando
adulto, sem dinheiro, embarcou como trabalhador num navio e veio parar aqui.
Apaixonou-se e escolheu o Brasil para morar.
Sonhar é viajar, viajar é sonhar. É possível viajar pelos caminhos dos sonhos.
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Dicas de leituras/para mim fontes permanentes de inspiração:
Dicas de leituras/para mim fontes permanentes de inspiração:
Fiódor Dostoiévsky: Noites Brancas; Crime e Castigo: Os irmãos Karamazov.
Italo Calvino: As cidades Invisíveis.
Jonathan Swift: As Viagens de Gulliver (guia de estudos em inglês):
Júlio Verne: A Volta ao Mundo em 80 dias; Viagem ao centro da Terra;
20 mil léguas submarinas.
Marco Polo: O livro das maravilhas; As viagens de Marco Polo.---
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