(um dia eu ainda vejo tudo)
Nada tenho a dizer sobre Roma que não tenha sido dito por alguém, quem sabe há mais de dois mil anos. Para os que gostam de viajar, é uma cidade para se voltar muitas vezes, tantas são suas atrações. Raiz profunda da cultura ocidental, aula de história, pintura, arquitetura, verdadeiro museu a céu aberto. Melhor: dá para percorrer quase tudo a pé, sem precisar de um mapa para encontrar os principais pontos, é só misturar-se aos transeuntes e seguir as levas de turistas. A cidade é bem sinalizada e o sistema de transporte público ajuda.
A primeira dica é: vá a um dos quiosques
de Informações Turísticas (sinalizados por um “ï”) e pegue todos os folhetos
que puder.
Encontrará sugestões de passeios temáticos com roteiros a pé e enfoques específicos: ruas, bairros e obras de arte, além da programação artístico-cultural da temporada. Reserve o primeiro horário da manhã para os pontos mais procurados. Isso evita filas e deixa tardes e noites livres. Conhecer o Fórum Romano, o Coliseu e o Vaticano exige algumas horas em cada um deles. Prepare-se para andar bastante e subir muitos degraus.
fotos by: Isadora Pamplona
Logo na minha primeira vez em Roma, acordamos cedinho, pegamos metrô e corremos para o Vaticano, a fim de não enfrentar filas. O trem estava apinhado, o mesmo aconteceu na Praça São Pedro. Só depois, ficamos sabendo que era aniversário do Papa que, por isso, circulou em carro aberto no local. Ficamos espremidas na praça, em meio a milhares de peregrinos que foram homenagear Bento XVI.
Saindo do Vaticano, uma boa pedida é visitar o vizinho Castel Sant’Angelo, que dizem, servia de rota de fuga para os papas e hoje abriga um importante museu. O papa Gregório I afirmou ter visto o arcanjo São Miguel no topo do castelo empunhando uma espada, o que indicaria o fim da grande epidemia que assolava Roma à época e que, afinal, terminou sendo debelada. Por isso, a estátua do anjo no alto do prédio, de cujo terraço se tem uma bela vista do rio Tibre e também do duomo da Basílica de São Pedro.
Foto by: Susy Mara Schaeffer
Ao fundo, Castel Sant'Angelo
Abelardo,"o querido", Ingri, eu, Edel,
Abelardo,"o querido", Ingri, eu, Edel,
menos a Susy (que não estava no Canadá),
clicando a foto.
clicando a foto.
As igrejas são veramente um caso à parte, não importa a crença do visitante.
Muitas edificadas sobre antigas ruínas de templos pagãos, elas encerram
verdadeiros tesouros em arte estatuária e pictórica. Fizemos, minha filha e eu,
um roteiro próprio percorrendo aquelas que mais nos interessavam. Percebemos que havia um professor dando aula a um grupo de alunos, nos aproximamos e tivemos a certeza de que estávamos vendo arte clássica pura. Curiosamente, reencontramos o mesmo grupo em três ou quatro outras igrejas durante nosso percurso.
Particularmente, considerei imprescindível entrar na Igreja de Santa Maria della Vittoria para admirar o Êxtase de Santa Teresa, escultura de Gian Lorenzo Bernini (1598-1680). A estátua fica em um nicho de mármore e bronze dourado e representa a experiência mística da santa, atingida pelo amor divino através da seta de um anjo. Os traços sugerem extrema delicadeza, anjo e santa de pedra parecem derreter-se em gestos e movimentos.
Particularmente, considerei imprescindível entrar na Igreja de Santa Maria della Vittoria para admirar o Êxtase de Santa Teresa, escultura de Gian Lorenzo Bernini (1598-1680). A estátua fica em um nicho de mármore e bronze dourado e representa a experiência mística da santa, atingida pelo amor divino através da seta de um anjo. Os traços sugerem extrema delicadeza, anjo e santa de pedra parecem derreter-se em gestos e movimentos.
foto by:www.google.com.br
Êxtase de Santa Teresa, mostra do talento de Bernini
A igreja Santa Maria in Cosmedin (atenção, fecha cedo, por volta de 17h), é bastante procurada pelos turistas por causa da peça em mármore com um rosto esculpido e um grande buraco, chamada Bocca della Verità. Lenda antiga diz que a boca se fecha cortando a mão de quem mente, por isso muitos casais vão ali “testar” a fidelidade do seu par.
Próximo à estação de trens Termini fica a igreja Santa Maria degli Angeli, construída
sobre antigo local de banhos da Roma imperial junto às ruínas das Termas de Diocleciano. No entorno, a magnífica
Piazza della Repubblica, uma das mais
importantes vias de Roma, em cujo centro se pode admirar a Fontana delle Naiadi (Fonte das Náiades).
Dedique algum tempo para simplesmente andar
pelas ruas e praças, sentar em um café, tomar um gelato. Para mim uma das experiências visuais e gustativas mais
impressionantes é a Gelateria Giolitti
com seus sorvetes artesanais, doces e primorosos cafés. Seus freqüentadores
podem ser desde a família Obama, Berlusconi, Antônio Banderas ou Sharon Stone. Bom
mesmo é sentar fora e ficar observando quem sai lambendo um sorvete. Seja uma
freira, um vovô ou um austero juiz, todos saem feito crianças, com um ar
angelical de extrema felicidade como se estivessem no paraíso.
foto by: www.giolitti.it
Um roteiro bem simples, mas gostoso, é percorrer algumas
das centenas de praças: comece pela Piazza
di Spagna e junte-se aos turistas sentados nos degraus da escadaria. A Piazza Navona com suas fontes e estátuas
de Bernini, abriga o Palácio Pamphili,
sede da Embaixada Brasileira. Na Piazza
della Rotonda, fica o Pantheon.
Imperdível, claro, a Fontana di Trevi,
que, mesmo de madrugada, reúne milhares de pessoas posando para uma foto com a
clássica cena jogando uma moeda que, dizem, garante que um dia se retornará a
Roma.
Fotos by: Isadora Pamplona
Piazza di Spagna (na primavera)
Piazza Navona, onde fica o prédio da Embaixada do Brasil
Piazza della Rotonda (e Pantheon)
Fontana di Trevi
Campo dei Fiori
Campo
dei Fiori é outro local
interessante, cercado por restaurantes e cafés sempre repletos e agitados. À noite,
transforma-se em ponto de encontro, principalmente de jovens. Aos sábados, vira
uma feira de flores e frutas, onde romanos e turistas se misturam por entre as
barracas espalhadas em torno da estátua de Giordano Bruno.
Para caminhadas mais longas, vale um
passeio pelas margens do rio Tibre (Tevere
para os romanos), passando por uma de suas pontes e chegando ao Trastevere (além do Tevere) e suas ruas
medievais. O bairro, antes simples, hoje é cheio de restaurantes, casas
noturnas e butiques de moda.
Na margem direita se tem uma visão panorâmica e única da capital italiana subindo até o Monte Gianicolo. O local tem interesse especial para brasileiros, pois abriga dois imponentes monumentos homenageando os heróis Garibaldi e Anita (enterrada ali, sob a estátua).
Monumento em homenagem
à brasileira Anita Garibaldi

Fiz questão de andar pela via Appia e lá fomos nós caminhando por entre os carros em trechos sem calçamento. Poucas cidades no mundo podem se dar esse luxo: manter fluxo contínuo de trânsito pela mesma estrada onde pisaram os romanos nos tempos do império.
A via Appia Antica começou a ser construída em
Foto by: Isadora Pamplona
Vila Borghese
Programe uma tarde nos jardins da Villa Borghese. Este imenso complexo
paisagístico, hoje transformado em parque público, foi adquirido da nobreza
empobrecida no início do século passado. Abriga museus, templos, fontes e belas
estátuas, além de um grande lago e espaços verdes que proporcionam passeios
tranqüilos. É um bom local para deitar no gramado e tirar uma soneca como fazem os
romanos.
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Informações turísticas:
roteiros
free de caminhadas a pé com guias
locais:
Gastronomia:
Gelateria Giolitti: (http://www.giolitti.it/home.html),
Via Uficci del Vicario, 40. Aberta
desde o início do século passado, com ambientação inspirada na Belle Époque, funciona todos os dias
24h.
Restaurante Romolo nel
Giardino della Fornarina.
(http://www.ristorantefornarina.it/).
Via Porta Settimiana, 8. No Trastevere.
Lindo pátio, ponto de encontro de artistas, pintores, políticos. Dizem que era a casa da Fornarina, amante de Rafael.
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Lindo pátio, ponto de encontro de artistas, pintores, políticos. Dizem que era a casa da Fornarina, amante de Rafael.
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Vou lá, valeu!
ResponderExcluirBoa sorte!
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