A Sereníssima fotos by: Isadora Pamplona
Veneza era um lugar inatingível na
imaginação (uma Atlântida submergindo lentamente), custei a acreditar que estava
ali. A sensação de irreal me acompanhava pelas calçadas, passagens, escadas, becos.
Palácio dos Doges |
Historicamente chamada A Sereníssima,
tem lugares de sonho para qualquer turista, como a Praça São Marcos, o Palácio
dos Doges, o Grande Canal, as pontes Rialto e dos Suspiros. Formas e sons que
me atingem pela paixão, o Barroco. Em Veneza nasceram dois dos meus ídolos barrocos: o
pintor Jacopo Tintoretto (tem uma Pietà dele no Masp) e o músico Antonio Vivaldi.
Para ir mais longe, pega-se um táxi-barco, um vaporetto (espécie de balsa motorizada, correspondente ao ônibus local) ou, se o orçamento permitir, uma gôndola (barco clássico de Veneza). Num traghetto (mais simples) dá pra sentir a sensação de andar de gôndola sem pagar tanto.
Vaporetto |
Os canais são cortados por barcos de todos os tipos e em todas as direções, achei estranho ver passar um veículo da Polícia ou uma Ambulância sobre as águas, a toda a velocidade, com as sirenes ligadas. Estranhei também aguardar um meio de transporte numa parada flutuante. Depois de três ou quatro dias, fiquei com a sensação de estar balançando suavemente, como num navio. Um barco carregado passa e leio no anúncio “trasporto cose” (transporto coisas).
Piazza San Marco |
Conseguimos um albergue na ilha de Giudecca por um preço inacreditável,
contrastante com o que haviam nos prevenido a respeito da hospedagem na cidade. Inacreditável era também a vista, abrindo a
janela ao acordar enxergávamos nada menos do que a Piazza San Marco do outro lado do canal.
É para lá que acorrem os turistas. Para
o amplo espaço circundado por prédios e monumentos que se transformaram em
símbolos de Veneza, como o Palácio Ducal, o Obelisco com o Leão de São Marcos
(santo padroeiro), a Basílica, o Campanário e a Torre do Relógio, além dos
cafés e restaurantes tradicionais.
Piazza San Marco, vista do alto do Campanário |
A música se faz ouvir no ar durante
o dia, ou à noite. Luxuosos cafés costumam manter orquestras para atrair e
agradar clientes. Como turistas, circulávamos pela praça com ar desinteressado,
usufruindo o brinde sonoro. Graças à indicação (e apoio financeiro) do pai da
Isadora (viajante pra lá de experimentado), pudemos conhecer um deles, o Caffè Florian, que se apresenta como o
mais antigo de Veneza, aberto em 1720. Suas salas de chá são ricamente
decoradas, com pinturas dignas de exposição permanente nas paredes e têm
preços diferenciados, a depender da posição da mesa que se escolhe, sendo mais
caras as próximas da porta, voltadas para a praça San Marco. Pedimos só uma taça de vinho.
Ca’d’Oro, terraço interno |
Veneza tem muito a oferecer, colhemos
em três dias nossa cota de atrações percorrendo ruelas, pontes, praças,
palácios, igrejas. É quase mágico deparar-se em uma esquina qualquer com um
momento inesperado de beleza. Cada foto dá um belo quadro. Destaque para a Ca’d’Oro, palácio construído por
encomenda de um mercador entre 1421 e 1440.
A imagem mais difundida mostra a
cidade como lugar ideal para passeios românticos de casais em lua-de-mel. Nos anúncios, os
enamorados deslizam numa gôndola enfeitada e conduzida por um tenor entoando
canções italianas. Mas, Veneza ficou conhecida também pela sua programação
multicultural, que abrange desde o Carnaval, passando pelo Festival de Cinema, Bienal
de Artes e a tradicional Regata Histórica, em que os gondoleiros vestem-se com trajes de época.
Outro atrativo local é a fabricação e
comércio de objetos de vidro, que podem ser observados na ilha de Murano, uma das principais da lagoa,
juntamente com Burano, Torcello e Giudecca, entre tantas outras. Em Murano fica o pólo industrial do cristal e se pode visitar uma
fábrica artesanal, com direito a acompanhar o trabalho de um dos mestres
vidreiros.
Ponte Rialto |
A ponte Rialto,
sobre o Grande Canal, mais antiga (construída entre 1588 e 1591) e mais famosa
de Veneza
Visão ímpar do Cemitério da cidade, na ilha de São Miguel.
Máscaras de Carnaval, outro dos símbolos de Veneza |
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