Caminhos da natureza, da História e da cultura
Foto by: (www)
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Naufragados: praia (acima, à esquerda), canhões (E) e farol (D) no alto do morro |
Junto com os “trilheiros de energia”, num grupo de quase 50
integrantes, percorri ontem (1o dez 2012) caminhos que levam à praia
de Naufragados no extremo sul da Ilha de Santa Catarina.
Dia ameno, pouco sol,
muita brisa, cheiro da Mata Atlântica, barulho de água nos córregos, rio e
cachoeira, em área de preservação no Parque Estadual do Tabuleiro. Próximo à
praia, avistamos golfinhos.
Pelo trajeto, dá para identificar pedaços da História nas pedras que
restam de velhas construções, nos canhões abandonados de um antigo forte e no farol de sinalização da Marinha. Pequenas comunidades de moradores e
pescadores mantém viva a alma da cultura e das tradições açorianas.
A denominação Naufragados
provém de relatos de naufrágios que teriam acontecido nos séculos 16 e 18: as
expedições de Juan Diaz de Solis (1516)
e Sebastião Caboto (1626), além de duas
embarcações de imigrantes açorianos que se dirigiam ao Rio Grande do Sul (1753).
A região servia de ponto estratégico para expedições ao Rio da Prata e os primeiros
ocupantes da ilha foram náufragos, desertores e mesmo marinheiros deixados para
trás, muitos dos quais chegaram a conviver com os índios carijós que habitavam este pedaço do litoral. foto by: Isadora Pamplona
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Ribeirão da Ilha, cenários de casas típicas da arquitetura colonial portuguesa |
O acesso até a última parada do ônibus Caieira da Barra do Sul, onde começa a trilha, é já um verdadeiro corredor que passa por entre o casario típico da Freguesia do Ribeirão da Ilha, com seus restaurantes de nomes criativos e fundos voltados para o mar. Tudo pontuado por pequenos barcos e imensas áreas destinadas ao cultivo de ostras.
Pra começar, reunimo-nos para breves exercícios de alongamento enquanto recebemos orientações do técnico Vanderlei Moreira. Em seguida, foram distribuídos kits (água, energéticos, frutas e barras de cereais) e partimos para a trilha de cerca de 7 km de extensão e grau de dificuldade médio.
A maior
parte da caminhada foi em solo de chão batido, algumas pedras e raízes,
rodeado de vegetação nativa, com subidas e descidas até chegar à areia fina da
praia.
fotos by: Susy Mara Schaefer
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Farol de Naufragados |
fotos by: Ira
O caminho é bem marcado e utilizado desde a inauguração do farol, em 1861. Da Ponta dos Naufragados se tem uma vista panorâmica da ilha de Araçatuba, em frente, onde está o Forte Nossa Senhora da Conceição, erguido em 1742 e hoje abandonado.
O farol está sob jurisdição da Marinha do Brasil, mas também parece não receber cuidados há bastante tempo. Assim como a base elevada (deck) construída como posto de observação para os visitantes. A madeira está quebrada em vários pontos e não oferece segurança.
Para
complementar a defesa da barra, foi construído em Naufragados o Forte Marechal Moura,
entre 1909 e 1913.
A fortificação foi fechada no início dos anos 1950 e, atualmente, restam no local apenas ruínas de muralhas e três canhões em razoável estado de conservação. Pena que também estão abandonados, testemunhas solitárias do descaso para com as marcas do passado que fazem parte da História. O armamento é original e foi fabricado no final do século 19 pela empresa inglesa Armstrong.
A fortificação foi fechada no início dos anos 1950 e, atualmente, restam no local apenas ruínas de muralhas e três canhões em razoável estado de conservação. Pena que também estão abandonados, testemunhas solitárias do descaso para com as marcas do passado que fazem parte da História. O armamento é original e foi fabricado no final do século 19 pela empresa inglesa Armstrong.
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Capela São Pedro (E) e Casa Grande (D) |
No trajeto há vários restaurantes mantidos pelos moradores, que oferecem refeições com pratos de frutos do mar a preços amigáveis.
Avistamos
também a Capela São Pedro – erguida no mesmo local da primeira capela anterior,
destruída nos anos 1980 -, e a Casa Grande, marcos da cultura açoriana local.
Na capela simples é celebrada missa durante a Festa de São Pedro, protetor dos
pescadores. Ela abriga também uma imagem de Santa Luzia, padroeira de
Naufragados, cuja data comemorativa é no dia 13 de dezembro. A Casa Grande é
utilizada pelos pescadores locais e das redondezas durante a pesca da tainha.
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Pausa para apreciar a vista, fazer um lanche e fotos do grupo |
No final, almoço de confraternização no restaurante Engenho do Vô, com culinária típica açoriana. Na despedida,
Vanderlei vestiu um gorro de Papai Noel e distribuíu pacotes com bombons de
chocolate.
De brinde, ganhei um cajado multicolorido, verdadeira obra de arte, delicadeza da trilheira Rosane. Agora, considero-me equipada para fazer O Caminho de Santiago.
De brinde, ganhei um cajado multicolorido, verdadeira obra de arte, delicadeza da trilheira Rosane. Agora, considero-me equipada para fazer O Caminho de Santiago.
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Dicas/Experiências:
(www) – Vanderlei Moreira - Assessoria
Esportiva Run For Life
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