"Alguma coisa acontece no meu coração"
Av. Paulista, São Paulo (SP) |
Nas primeiras vezes que vi São Paulo
eu não a vi realmente, apenas estive nela. Vinha “do interior”, em curtas visitas, não
fazia idéia de uma cidade assim tão grande. Lembro de ter estado no Ibirapuera,
numa pizzaria no Bexiga, ter visto os lampiões do bairro Liberdade e que morri de medo
de me perder quando minha amiga entrou no metrô e a porta se fechou de repente me deixando do lado de fora. Enfim, a porta abriu de novo e eu entrei esbaforida. Retornei
outras vezes à capital paulista. Mas, eu nunca estava só.
Há poucos anos me deparei "frente a
frente" sozinha com São Paulo. No começo, andar pelas ruas me assustava. Via tudo
feio, escuro, sujo, pobre. Mas, aos poucos uma outra cidade foi se revelando aos meus olhos
curiosos.
Então, aconteceu de eu começar a gostar dela, assim sem explicação
plausível. Ela mudou desde a vez primeira em que a vi, e é certo que mudei eu.
Vejo tudo feio, escuro, sujo, pobre. E bonito, luminoso, limpo, rico. Esta megalópole consegue ser bonita
como ela só! E tem vários microcosmos. Espelho mágico, reflete imagens diversas para cada retina que a capta.
Reflexo do reverso. Verso e anverso. Verso e poesia inteira. Vidro e aço. Espelho. Vidraça.
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Sempre admirei a canção do Caetano. Agora sei que ela traduz exatamente o que senti ao ver São Paulo no começo. Por isso, faço aqui minha homenagem a ambos.
“[...] É
que quando eu cheguei por aqui eu nada entendi
Da
dura poesia concreta de tuas esquinas [...]”
“[...] Quando
eu te encarei frente a frente e não vi o meu rosto
Chamei
de mau gosto o que vi, de mau gosto, mau gosto [...]"
'[...] É que Narciso acha feio o que não é espelho[...]”
“[...] E
quem vem de outro sonho feliz de cidade
Aprende
depressa a chamar-te de relidade [...] ”
"[...]Porque
és o avesso do avesso do avesso do avesso”
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Dicas/experiências:
Turismo: site oficial:
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