Refúgio de encantos
exclusivos fotos by: Isadora Pamplona
Uma “pequena Paris”, mais colorida, com pontes e prédios medievais, acrescida de passagens secretas e uma culinária de encantos exclusivos. Essa foi a impressão que guardei ao conhecer Lyon.
A cidade entrou para o meu imaginário nos anos 1970, quando uma amiga, colega
da faculdade, foi morar lá onde já estava sua irmã.
Pelos correios (nem sonhávamos com e-mails), eu recebia relatos da vida (difícil) de alguns jovens brasileiros que haviam escolhido partir.
Pelos correios (nem sonhávamos com e-mails), eu recebia relatos da vida (difícil) de alguns jovens brasileiros que haviam escolhido partir.
Eu me sentia a campeã das despedidas em aeroporto (ficava olhando até a
pessoa subir na escadinha do avião e olhar para trás para um último aceno). Minha
amiga conseguiu carona num navio e retornou ao Brasil poucos anos depois. A irmã ficou mais um tempo esperando as coisas melhorarem por aqui antes de voltar.
Minha amiga Z. e eu, em Lyon |
Foi com redobrada alegria que desci do trem e a irmã da
minha amiga nos esperava na estação. Desta vez estava residindo temporariamente
em Lyon, enquanto dava aulas em uma
universidade próxima como professora convidada.
Ela nos recepcionou naquele final de semana ainda frio de início de primavera e nos apresentou algumas das atrações da cidade acompanhando-nos num city tour.
Ela nos recepcionou naquele final de semana ainda frio de início de primavera e nos apresentou algumas das atrações da cidade acompanhando-nos num city tour.
Adorei encontrar uma casa aconchegante e acolhedora para escapar um pouco
do frio. Depois de uma temporada de albergues, poder lavar e estender a roupa
no varal, embaixo das cerejeiras em flor, ouvindo o canto dos passarinhos, foi
uma alegria extra.
Os rios Rhône, que atravessa a
cidade, e seu afluente Saône, ambos
entrecortados por pontes, dão a Lyon paisagens
características e de especial beleza.
Entre os dois rios fica a praça Bellecour, um imenso espaço para pedestres que nos dá outra dimensão do termo “praça”, bem diferente daquela que nos acostumamos a ver em nosso país. Tem monumentos (uma estátua de Luís XIV, o “rei Sol” e outra do escritor Saint-Exupèry, nascido em Lyon), mas nada de árvores nem bancos.
Entre os dois rios fica a praça Bellecour, um imenso espaço para pedestres que nos dá outra dimensão do termo “praça”, bem diferente daquela que nos acostumamos a ver em nosso país. Tem monumentos (uma estátua de Luís XIV, o “rei Sol” e outra do escritor Saint-Exupèry, nascido em Lyon), mas nada de árvores nem bancos.
A mim pareceu apenas um grande quadrilátero vazio (recentemente foi instalada uma roda gigante).
Partindo dali, começamos um passeio pela cidade praticamente
vazia por causa de um feriado. A arquitetura é, sem dúvida, uma das atrações,
principalmente na parte antiga (vieux
Lyon) com muitos prédios medievais.
Da Bellecour
se vê em destaque a basílica Notre-Dame
de Fourvière, no alto de uma colina e que, iluminada, à noite,
transforma-se no original de um dos belos cartões postais de Lyon.
Para chegar lá, pegamos um trenzinho funicular e enchemos os olhos durante
o trajeto com a bela vista panorâmica. A basílica, de arquitetura românica e
bizantina, é um dos símbolos da cidade.
No interior, gostei especialmente dos vitrais
e mosaicos, alguns com referência aos peregrinos, pois é um dos marcos do
“Caminho de Santiago”.
Pelo lado externo, percorremos jardins e sendas
sinalizadas com figuras de rosas (Chemin du
Rosaire).
Para voltar, descemos por uma interminável
escadaria
em zigue-zague.
Em frente à prefeitura está instalada a escultura de Frédéric-Auguste Bartholdi
(o mesmo artista que projetou a Estátua da Liberdade), com quatro imponentes
cavalos.
Depois, fizemos uma visita ao Museu de Miniaturas que apresenta uma
coleção de objetos e decorações ligadas ao cinema. São sets de filmagens, cenários, roupas e criações para efeitos
especiais. Em Lyon localizava-se a
fábrica do pai de Louis e Auguste Lumière, os irmãos que
registraram a invenção do cinematógrafo.
Nosso passeio pela parte antiga de Lyon
foi complementado ao conhecermos os famosos “traboules”, passagens secretas que
eram utilizadas pela população para enganar e fugir da Gestapo durante a ocupação nazista na I Guerra.
Hoje, aquelas passagens integraram-se à arquitetura local, muitas sendo conhecidas apenas pelos moradores. Minha amiga levou-nos por passagens geralmente pouco visíveis ao público que transita pelas ruas, becos e vielas próximas.
Hoje, aquelas passagens integraram-se à arquitetura local, muitas sendo conhecidas apenas pelos moradores. Minha amiga levou-nos por passagens geralmente pouco visíveis ao público que transita pelas ruas, becos e vielas próximas.
Tem percursos que levam de uma rua a outra através dos edifícios. Abre-se
uma porta, como um residente faria para entrar no seu próprio prédio. Uma vez
ali dentro, ultrapassa-se um pátio, um corredor ou uma escada e se atinge a
saída em outra rua qualquer despistando assim possíveis seguidores inoportunos.
Achei interessante e diferente ver fachadas e laterais de edifícios pintadas com uma
técnica de desenho em perspectiva (“trompe l’oeil” = para enganar o olho) em que
as imagens parecem naturais e com cenas verdadeiras.
Ah, outra experiência inesquecível em Lyon
é sua culinária, reconhecida internacionalmente (e lar do renomado chef Paul
Bocuse). Minha amiga levou-nos a almoçar num “bouchon” (espécie de
taberna), restaurante lionês que serve pratos típicos. Entre as especialidades,
conheci a famosa salada lionesa e fiquei fã (salada mista: alface crespa,
nozes, queijo gruyère, bacon, croutons e ovo pochê,
tudo temperado com muito azeite e vinagre balsâmico).
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Mais sobre a França, no blog, em:
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Dicas/experiências:
Turismo:
Percursos Traboules
- http://www.lyontraboules.net/parcours.php
Gastronomia:
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