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El Buen Retiro - Madrid


Jardim histórico e Parque Público                                                fotos by: Ira



          Eu não tenho casa, então não tenho aquele cantinho aconchegante preferido para estar só ou em muito boa companhia. Compenso isso, elegendo lugares preferidos por onde ando. É onde me sinto bem, é para lá que vou sempre que posso. É onde intuitivamente recebo os benefícios do Feng Shui do entorno. 

Em Madrid, minha sala de visitas fica nos jardins do Parque do Bom Retiro.

          Assim que o descobri, andando meio ao acaso, fiquei fascinada pela grandiosidade do lugar. São vários portões de acesso, cada qual mais lindo que o outro. No interior, há vários jardins, lagos artificiais, esculturas, museus, parques infantis, área para jogos, apresentações artísticas, árvores milenares, roseirais, fontes e alamedas. Gente por todos os lados.

          Os frequentadores habituais são de todas as idades e circulam a pé, de bicicletas, passeiam com os cães, divertem-se nos pedalinhos, fazem festas infantis e pic nics nos gramados, leem ou dormem, descansam nos bancos estrategicamente voltados para os pontos mais bonitos, conversam nos bares e cafés e, naturalmente, fazem milhares de selfies e fotografias da magnífica paisagem.

  Há atividades programadas de cultura, lazer, esportes e visitas guiadas gratuitas aos principais pontos e monumentos. 
          O Parque do Retiro foi criado na primeira metade do século XVII, em terras que serviam para o lazer da Corte. 
      O rei D. Carlos III chegou a permitir o acesso dos cidadãos, desde que “bem vestidos e lavados”. Hoje, essas terras pertencem ao município de Madrid e seus portões abrem-se para todos.

          Entre os monumentos, destaca-se a homenagem a Alfonso XII, do início do século XX, com uma figura equestre a mais de 20 metros do chão. O escultor, Mariano Benlliure, é o mesmo criador da fachada do Edifício Metrópolis (um dos símbolos de Madrid) e da escultura de Goya no Museu do Prado, entre outros trabalhos conhecidos.





No Grande lago artificial, os visitantes se divertem nos pedalinhos e se exercitam nos remos.



Ao fundo, Iglesia de San Manuel y San Benito,
 em estilo bizantino,construída no início do Século XX







O Palácio de Cristal, construído para abrigar uma exposição de plantas e flores em 1887, hoje recebe exposições temporárias, em trabalho conjunto com o Museu Reina Sofia.








O Palácio Velazquez, leva o nome do seu criador 
(mesmo arquiteto do Palácio de Cristal)
 e também abriga exposições temporárias
Casa do Pescador (um dos diversos recantos temáticos da antiga realeza)

Fonte dos Galápagos
(construída para comemorar o nascimento de Isabel II)
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Mesquita/Catedral de Córdoba


Diferentes religiões marcam o mesmo espaço                        fotos by: Ira  


          A cada nova cidade, pensando já ter visto o suficiente de igrejas e catedrais, juro que não vou mais entrar em uma. Entretanto, continuo me surpreendendo com as mil facetas que os antigos arquitetos encontravam para dar o seu recado quando o assunto era religiosidade. 
          Em Córdoba não foi diferente. Ali, inclusive, a palavra une-se ao nome da cidade feito siameses: Catedral de Córdoba. Para quem chega, o destino certo será unir-se às centenas de turistas e adentrar neste templo que tudo supera em grandiosidade.  

          Compartilhamento de espaço e fé. Com a chegada dos muçulmanos, a antiga basílica visigoda de inspiração cristã cedeu lugar no recinto durante algum tempo para o culto da nova seita. O emir Abderrahman I mandou construir o templo no ano de 785.
          

          O desenho estrutural dessa antiga mesquita buscou inspiração nos modelos de Damasco e Jerusalém. Diferente das demais, sua orientação não é para Meca, mas para Damasco. 
          Depois da conquista de Córdoba, em 1236, foram executadas ampliações e adaptações para o culto católico.  A mesquita foi convertida em catedral. O estilo arquitetônico final transita do gótico ao renascimento e barroco.

          O resultado, que surpreende e encanta, é uma mescla de espaço gigantesco entrecortado por arcadas, colunas, cúpulas e abóbodas em tons que oscilam entre o bronze, o dourado, o cobre, a prata. Tudo convida ao silêncio, que, por sua vez, parece reverberar nas sinuosidades que roçam as obras de arte e tropeçam nos cochichos extasiados dos visitantes.

         A Porta das Palmas, que dá acesso à mesquita, transporta-nos diretamente para o que parece uma plantação gigantesca de palmeiras, efeito das 1.300 colunas de mármore, jaspe e granito que, por sua vez, sustentam 365 arcos em ferradura.

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Site oficial: (www)
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