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Catedral de Notre-Dame (Paris)

Caminhos da Literatura - Paris vista de cima                                                      fotos by: Ira
Catedral de Notre-Dame
          





          As fotografias são novas chances de reviver momentos importantes da viagem da vida. Onde foram parar os álbuns antigos? Ou as (quase sempre enfadonhas) sessões de slides? Agora é tudo virtual, compartilhado, joga-se cada click na web sem tempo de distinguir o que o olho está focando. Mas, quando se põe atenção no que o olho vê, as imagens captadas na mente tornam-se indeléveis e podem ser acessadas de forma randômica a qualquer momento. 












          Cidades vistas de cima têm dimensões especiais. Em Paris, um destes pontos privilegiados fica no alto da Catedral de Notre-Dame.
          






          Para chegar lá, é preciso ter paciência e enfrentar a fila para a compra dos ingressos, no lado de fora, na lateral esquerda da igreja (vista por quem está de frente para a fachada principal). 
          As filas são sempre imensas, a cada intervalo de alguns minutos vão chamando grupos de aproximadamente 20 pessoas. Melhor não sofrer de claustrofobia, pois não há elevadores, o local é fechado e os degraus são estreitos. Mas, vale superar tudo isso pela recompensa de um ponto de vista privilegiado.

Clique neste link (uma vez na página clique novamente e espere carregar) para ver uma panorânica do ponto entre as duas torres.
          
          São 386 lances de subida na Torre Norte. A 46 metros do solo, chega-se à Galeria das Quimeras, com direito a uma visita aos campanários. 
          A partir do plano da galeria, ambas as torres erguem-se a 69 metros de altura. O circuito leva em torno de 50 minutos, incluindo visita ao campanário Sul, onde está o maior e mais famoso sino da catedral. 
          Clique neste link para ter uma idéia do ponto de vista a partir da torre Norte.

          Além da vista singular dos telhados de Paris, a gente fica pertinho daqueles seres fantásticos, pássaros, monstros grotescos, gárgulas e caretas que povoam o imaginário de quem leu a história do enjeitado Quasímodo e sua paixão pela cigana Esmeralda
          O romance de Victor Hugo, Notre-Dame de Paris (O Corcunda de Notre Dame), foi ambientado na igreja medieval. Isso angariou a simpatia popular para o prédio que, à época da publicação do livro (1831), encontrava-se praticamente destruído e teve especial importância para o reconhecimento do valor artístico e histórico do monumento.                                                                                                  
          
          Notre-Dame começou a ser construída no Século XII sobre ruínas românicas (estas já erigidas sobre templos celtas), e os trabalhos se estenderam por quase 200 anos. O estilo gótico inicial sofreu interferências, entre outras do período barroco e, no Século XVIII, durante a Revolução Francesa, a igreja passou por depredações e roubos, terminando por servir como armazém para alimentos.
          No século seguinte, com apoio popular, teve início um programa de restauração que estendeu-se por cerca de 20 anos, incluindo recuperação das esculturas danificadas. Mas, ainda é possível ver diversas imagens de personagens bíblicos sem a respectiva cabeça, como no portal do Juízo Final (no centro da fachada principal), ladeado pelos portais da Virgem (à esquerda) e de Santa Ana.                                                      foto by: Cristiane Kopp
      
          Vista pelo seu interior Notre-Dame é duplamente fascinante, com destaque para as colunas, os vitrais e as famosas rosáceas. Visitas guiadas (gratuitas) são realizadas diariamente em várias línguas, individuais ou em grupos. Os horários podem ser consultados na tabela que fica na área sob o grande órgão ou na agenda do site na internet.
          Há um calendário cultural, com apresentações de músicas medievais e concertos diversos. Conseguimos participar de uma Missa Solene celebrada com canto gregoriano. Impossível não se sentir emocionado naquele ambiente medieval, vendo os padres e o coro adentrando em fila indiana pela nave, paramentados com vestes cerimoniosas, portando velas acesas, tudo pontuado pela melodia do cantochão.  
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Dicas/experiências:
Turismo: site oficial da catedral: (www)
Nossos pezinhos (Isadora e eu)
no marco zero de Paris

Notre-Dame é também o marco zero, a partir do qual todas as distâncias das estradas francesas são medidas. Há uma placa de bronze indicativa em frente à fachada principal da catedral, próximo aos três portais.

Entre outros pontos interessantes para observar Paris de cima, além dos óbvios Torre Eiffel e Arco do Triunfo: a torre Montparnasse, o grande Arco de La Défense, a cúpula das Galerias Lafayette, a Basílica de Sacré-Coeur, a torre Saint-Jacques.
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Gênova

Belezas da Ligúria                                                                                                      foto by (www)
Porto antigo

No mapa da Itália, o desenho da Ligúria lembra um bumerangue. É uma fina faixa curva de terra que arremata a borda costeira nas regiões de Piemonte, Lombardia, Emília-Romana e num pedacinho da Toscana. Sua capital é Gênova, talhada em belezas que abraçam o azul do Mediterrâneo, ali chamado mar Ligúrio. Além do porto imenso, que remete ao passado glorioso dos genoveses (berço de Cristóvão Colombo), a cidade tem atrativos históricos e modernos somados aos da culinária (berço do pesto).
          Cheguei num dia de greve de ônibus, filas e confusão no ponto de táxi. Tive que “me virar” numa disputa com outros passageiros até conseguir um motorista que me levasse. A primeira impressão não ajudou, o quarteirão onde ficava o b & b, no centro histórico, estava em obras e a atmosfera parecia de puro desleixo. Mas, assim que saí a caminhar pelas proximidades comecei a usufruir a serenidade de estar numa cidade veramente italiana, logo superando o estranhamento e o receio iniciais.
Fotos by: Ira
          







          Altos edifícios formam um verdadeiro paredão de janelas em ambos os lados nas ruas muito estreitas. Quando se volta o olhar para cima se entrevê apenas um estreito e claro pedacinho de céu.
          






Porta Soprana 
Um dos leões da Catedral San Lorenzo        

          Montei um roteirinho básico para três dias: a parte intra-muros da cidade antiga, a Porta Soprana (um portão de 1155), a casa em que supostamente nasceu Cristóvão Colombo, o entorno do Porto, a catedral San Lorenzo
          Na movimentada praça, a fachada listrada em cinza e branco do prédio construído no século XII e a escadaria da catedral, ladeada por duas estátuas de leões, formam um belo cenário, além de servir de point  para turistas e locais.
          Na via Garibaldi a atração são os palácios (Palazzi dei Rolli), que não eram habitadas por reis, mas serviam de hospedaria para as famílias ricas que visitavam a cidade nos séculos XVI e XVII.

         
          Na despedida de Gênova, fui acometida por uma sensação de “italianidade” no caminho para a estação de trem. Clima de festejo (era maio), alguém tocava uma gaita, havia bandeirolas suspensas nos fios ao longo da rua. Minha mala fazia um ruído cadenciado com meus passos pelas pedras (toc, rec, rec, toc, rec), proporcionando uma agradável percepção de estar, afinal, na Itália. Música, cheiro de comida boa, cenário típico, gente afável.
          Sugestão de passeio a partir de Gênova: visitar Cinque Terre, cinco vilarejos interligados, pequenos povoados com suas casinhas coloridas parecendo encarapitadas nos penhascos. Pode-se ir de um a outro a pé, ou de trem. Nas pequenas faixas de terra entre as montanhas e o mar, cultivo de vinhedos e oliveiras. Vale a pena conhecer qualquer uma destas cidadezinhas, ou todas elas de uma só vez: Manarola, Vernazza, Coniglia, Monterosso al Mare, Riomaggiore.
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Mais sobre a Itália, no Blog
Cinque Terre - Parte 1
Cinque Terre - Parte 2
--- Dicas/experiências:
Turismo – Site oficial de turismo (www)
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