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Moscou (Москва)

Atrações incomuns                                                        fotos by: Isadora Pamplona 
     Tudo começa no Kremlin, onde fica o marco zero e em cujo interior visitamos todas as catedrais (site). A mais conhecida, na Praça Vermelha, é a catedral de São Basílio, de desenho arquitetônico singular e cúpulas multicoloridas.  Bem ali pertinho está o shopping Gum que, depois do regime comunista, abriga lojas de griffes e virou um animado centro de consumo. Lugar ideal para comprar boa e autêntica vodka.                         
Praça Vermelha (Krasnaya Ploshchad)
   







          Por toda a cidade se vê igrejas com aquelas cúpulas características, algumas douradas, como a Catedral do Cristo Salvador. Os russos se orgulham ao afirmar que nada é ”folheado”, aquilo é ouro mesmo. Um dos cenários mais bonitos é o do Convento Novodevichy, construído nos séculos XVI e XVII, à beira de um lago. O local teria inspirado Tchaikovsky ao compor o Lago dos Cisnes
Catedral de Cristo Salvador






                                                          Novodevichy Convent
                                
Parque dos Monumentos
No Mercado das pulgas (Vernissaj), além das indefectíveis matrioshkas (várias bonequinhas encaixadas uma dentro da outra), e das réplicas de ovos fabergé, encontra-se roupas típicas e peças de antiquário, incluindo tapetes do Cáucaso, a preços que não se vê pelo resto da cidade. 
No Parque dos Monumentos, estão “depositadas” estátuas e monumentos de antigos líderes do regime comunista.                                  
     Para mim Moscou passou a idéia de uma grandiosidade que se perdeu no passado. Largas ruas, velhos carros. Prédios monumentais, alto-falantes nas fachadas. Mas, é difícil não se emocionar vendo seus marcos: a imponente estátua de Pedro, o Grande, às margens do rio, ou a fachada do Teatro Bolshoi. O Parque Gorki vale um passeio e a Galeria Tretyakov, museu dedicado à preservação da arte russa, surpreende pelo seu acervo.  Além de Chagall e Kandinsky, admiramos obras de rara beleza.                                                                        
Galeria Tretyakov - Arkhipov - "Visit"
                                   
                                     



                 














       Galeria Tretyakov -
      Vodkin - "Red Horse"












Sorte de encontrar dedicados cicerones
Nossa programação viu-se enriquecida graças à gentileza de uma russa que conheci na cidade francesa de Nice. Larissa levou-nos a todos os lugares que mencionávamos ter interesse em ver, adicionando a cortesia de um passeio de barco pelo  rio Moscou e a visita-surpresa a um recanto muito antigo da cidade. Tudo ali é tão preservado que o lugar serve de locação para filmagens de época. Percorremos diversas estações de metrô, que parecem galerias de obras de arte e constam dos roteiros turísticos.
                                       Estação de Metrô - Novoslobodskaya
                       Estação de Metrô - Kievskaya

Nossa “guia” trabalhou no Museu de História, o que foi uma sorte para nós, pois tínhamos explicações detalhadas para tudo o que víamos. Conhecemos restaurantes típicos, um do Uzbequistão, região onde Larissa morou na infância. Provamos todos os pratos possíveis da culinária local, incluindo os deliciosos blini (espécie de crepe, com diversos tipos de recheio), pelmeni (pequenos pastéis cozidos servidos com molhos) e borsch (sopa degustada com um creme delicioso).      
                                       
                                                          Degustação/culinária russa 

Toda a família nos ciceroneou pelas ruas: o marido Mikhail dirigia, enquanto o filho Ilya e a namorada ajudavam na tradução para o inglês. Em requintes de delicadeza, Larissa levou-nos a almoçar no Café Esenin. Isso porque o nome de minha filha é uma homenagem à bailarina Isadora Duncan, que morou na Rússia, onde casou-se com o poeta Sergei Aleksandrovic Esenin.
De Moscou, seguimos de trem (bilhete comprado pela internet) para St. Petersburgo. Encerrando sua “missão”, nosso anjo-guia sugeriu os passeios e providenciou reservas, além de nos acompanhar à estação. Só nos deixou quando o vagão começou a se deslocar pelos trilhos, depois de abraços, acenos e reiterados convites para que se conheça a paisagem de Moscou no inverno.
Sem esse auxílio certamente teríamos enfrentado dificuldades para nos localizar naquela estação imensa onde as placas indicativas estavam escritas em alfabeto cirílico. Nem teríamos entendido quando o fiscal, ao examinar nossos passaportes, comentou: “Ah, Brasil ... Ronaldinho... meu sonho é conhecer um dia!”
Inglês ainda é pouco falado
Fomos surpreendidas logo ao chegar no aeroporto e constatar que poucas pessoas falam inglês. Mesmo em locais considerados turísticos, as informações são repassadas num vocabulário bem básico e nem todas as perguntas são respondidas ou sequer entendidas. Apela-se, então, para os cardápios visuais e à mímica. Pedir um simples suco de laranja no MacDonalds revelou-se uma situação hilária. Em um restaurante, a garçonete chegou a colocar a mão na cintura e ergueu o braço oposto com o cotovelo levantado para “dizer” que só tinha chá servido num “bule”. 
O país abriu-se ao turismo internacional há alguns anos, mas quase não identificávamos estrangeiros e, mesmo nas principais atrações, russo era a língua mais ouvida. Grande parcela do turismo ainda é interno. O estranhamento de viajar para um país tão diferente é grande. E começou ainda no aeroporto de Heatrow, em Londres, quando fomos revistadas, passamos por detectores e tivemos que responder a muitas perguntas.
Os agentes londrinos pareciam achar muito estranho o fato de que brasileiros não necessitam de visto para visitar a Rússia, enquanto isso é exigido para os turistas da União Européia. Ao desembarcarmos em Moscou, depois de um dia inteiro de viagem, a sensação de estar fora do nosso ambiente chega ao nível máximo. Não conseguíamos sequer pedir uma água mineral, pois era difícil encontrar quem falasse inglês. E nós, obviamente, não falamos russo.
            Entregamos um papel com o endereço do albergue ao motorista, o problema é que ele não encontrava a rua e ficava resmungando. Depois de mais de uma hora de trajeto desde o aeroporto e várias voltas por imensos quarteirões, fiquei imaginando que ele nos jogaria porta afora do carro com as nossas malas. Às 23h. Mas, felizmente, chegamos e, no albergue, o inglês da recepcionista revelou-se precário, mas suficiente. Ela nos deu mapas, indicou a estação de metrô mais próxima e as principais atrações.
            No dia seguinte, a dura realidade: encontrar um lugar para tomar café, almoçar, decifrar nomes das estações de metrô e das ruas. Tudo em russo e com raras indicações em inglês. Tínhamos o esquema das linhas de metrô e havíamos feito um cursinho-relâmpago do alfabeto cirílico, copiado da internet. Com isso, era possível se movimentar na cidade sem passar fome.
Mas, quem disse que podíamos fazer um passeio pelo rio Moscou? Frustradas, desistimos depois de percorrer a beira do cais e ouvir apenas russo. Não sabíamos quanto pagar, onde descer, nada. Então Larissa apareceu e tudo ficou mais fácil.
Passeios de barco pelo rio Moscou                                           
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Ao final da tarde, o público se aglomera à espera da cerimônia, espécie de "troca da guarda" na pira próxima ao Mausoléu de Lenin.
                                                                 
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Mais sobre a Rússia, no blog, em:
Peterhof - 
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Dicas/experiências:
Atrações:
Tretyakov Gallery - O State Tretyakov faz as vezes de um museu dedicado à preservação da arte russa e possui um acervo, atualmente dividido em dois prédios, com aproximadamente 160 mil peças representativas desde o século XI. A New Tretyakov, no prédio principal, abriga peças do século XX, incluindo representantes da vanguarda russa e do realismo socialista. Além de Chagall e Kandinsky, admiramos obras de rara beleza entre desenhos, pinturas, esculturas e outras.
Alojamento:
Capital Hostel – Albergue que registrava menos críticas entre os que encontrei ao pesquisar na internet. Com preço acessível, permite chegar ao Kremlin em poucos minutos a pé e fica próximo das estações de metrô Tretyakovskaya e Novokuznetskaya (www.capitalhostel.com).
Alimentação:
Elki-Pálki - Rede de restaurantes com buffet onde se pode experimentar pratos da cozinha local por preços acessíveis. Procuramos por indicação de uma estudante russa que minha filha conheceu em Londres (www.elki-palki.ru, a página só aparece em russo, mas dá para dar uma espiada no menu e usar o tradutor do Google).
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