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Orvieto

Parece um cartão postal medieval                                                    fotos by: Ira


Cá estou de novo descrevendo a Itália, que tive a sorte de conhecer bastante e aprendi a amar muito. 
Entre seus tantos lugares interessantes, diferentes, envoltos em aura quase mágica, descobrir a pequena Orvieto foi uma agradável surpresa. 
Pena que, despreparados para o frio, enfrentamos uma manhã congelante, que quase nos fez entrar direto numa enoteca e lá ficar experimentando vinhos o máximo de tempo possível, desde que não fosse na rua.


De origens etruscas, erigida sobre um platô vulcânico, Orvieto fica na região da Úmbria, perto de Roma e de Florença. 
A história e a presença etrusca ainda são visíveis, como partes do muro que cercava a cidade fortificada, há mais de 2 mil anos, além de túmulos da época e vestígios arqueológicos diversos. 
Sua catedral e palácios foram construídos durante a Idade Média e, por muitos anos, Orvieto serviu de morada e refúgio para os papas. Hoje, parece um cartão postal de uma cidade medieval.


Entre as atrações do seu centro histórico, onde se chega por um funicular, estão museus, igrejas, lojas de cerâmica, enotecas, artesanato, produtos alimentícios da região, cafés e restaurantes. 
A Torre del Moro oferece uma visão panorâmica. Mas decidimo-nos por caminhadas entre as vielas, com direito a pausas e chocolate quente para espantar o frio.






Sensação estranha descer serpenteando a colina e enxergar os telhados monocromáticos em contraste com o verde do vale lá em baixo.




Mas a sensação maior foi ver o Duomo da catedral desenhado contra o azul do céu, exibindo seu perfil de mosaicos filigranados a ouro, baixos-relevos e estátuas com símbolos dos evangelistas. Das igrejas que vi, não hesito em dizer que a de Orvieto tem a fachada mais bela e vale, por si só, uma visita à cidade.

          No imenso painel dourado na vertical, com as portas de entrada, os artistas esculpiram, desenharam e pintaram em cores exuberantes a história da humanidade, privilegiando os capítulos da Criação, da queda de Adão e Eva do Paraíso, a Vida de Cristo e o Juízo Final. Ela começou a ser erguida em 1290 e demorou três séculos para ser concluída. Com isso, misturou estilos que a classificam como exemplar das arquiteturas românica e gótica.
Seu interior é igualmente rico. Dizem que os afrescos de uma de suas capelas, a da Madona de San Brizio, teriam inspirado Michelangelo para a Capela Sistina.

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Site oficial. Clique aqui se quiser ter uma ideia melhor da Catedral.

Trenton (New Jersey) – The Grounds for Sculpture

Viagem inesquecível às obras dos seus pintores prediletos         
                                                                                                                                  foto by: anônimo 
Meu Monet preferido e eu (frente)


          Fiquei sabendo sobre o Grounds for Sculpture há alguns anos,  enquanto estava na França e conheci uma russa que havia estado lá e me descreveu o local: mistura de parque e jardim com reproduções de obras dos impressionistas, onde se pode ficar “dentro”  das pinturas como se estivéssemos fazendo parte do cenário. 
          Ela não sabia direito o nome e nem a cidade, mas comentou que era próximo de New Jersey. Aquela  ideia ficou rodopiando na minha cabeça e não sosseguei até dar um jeito de ir aos Estados Unidos, levando junto a intenção de conferir a dica.                                                                                                                                               fotos by: Ira
Meu Monet preferido e eu (verso)
          Nem os próprios nativos com quem falei conheciam esse lugar. Fica em Hamilton, NJ, a cerca de uma hora de trem de Nova York, ou, vindo da direção contrária, a cerca de 45 m partindo da Filadélfia.
          Chegar lá deu um pouquinho de trabalho, porque o turismo nos Estados Unidos é em grande parte feito de automóvel.
          Bem diferente da minha experiência na Europa, em que se  consegue ir de um lugar a outro com muita facilidade, seja de trem, barco ou ônibus.
          Mas, nada que alguns cliques no Google e perguntas num Centro de Informações Turísticas não resolvam.
          Retornando da Filadélfia em direção a New Jersey (Trenton fica no caminho), peguei um trem até Hamilton, dali outro até Trenton e, de táxi, até o parque (a cerca de 15 minutos da estação).                                                         
       



          Neste pequeno trecho começa o encantamento, pois já é possível ver diversas estátuas ao longo das margens da rodovia.
          Elas reproduzem cenas das mais inusitadas, de filmes e de artistas de cinema, de histórias infantis, de quadros de pintores famosos.
          Chegando ao parque, são 42 acres de espaço para uma exposição num imenso out-door interativo privilegiando a escultura.
          Incrível, é possível não apenas “entrar” na sua obra predileta, mas dar a volta e observá-la por vários ângulos, inclusive "ver" o lado de trás da tela.





fotos by: Ira

          
          Passei um dia inteiro que nem criança. A câmera sempre pronta, pois a cada curva, por trás de uma sebe, poderia haver uma surpresa. 
          Como as obras são quase todas em tamanho natural, reproduzindo cenas cotidianas, muitas vezes apontei minha câmera para algo ou alguém que me chamava a atenção, quando ía ver, a pessoa se mexia, levantava, saía do lugar. Muito divertido.


Achando que é o pessoal da manutenção?
                                                                                                                                  fotos by: anônimo
          O lado ruim de viajar sozinha é na hora de querer uma boa foto. O parque Ground for Sculptures é o tipo do lugar em que não cabem selfies.
          Pedir para qualquer pessoa próxima fazer uma foto sua é correr o risco de ter a cabeça ou os pés cortados, ou se enxergar depois com cara de chupa-cabra.
          Há uma galeria de cenários completos dos quadros dos impressionistas com uma câmera de vídeo. Não tem jeito, é preciso entrar na cena e conseguir alguém para ir até o corredor e clicar a foto numa espécie de tela de computador já no formato de uma moldura.
          Só assim a gente literalmente “entra” no quadro, como no quarto de Van Gogh em Arles, que eu amo de paixão.
                             

          Determinadas cenas são concorridas, então o difícil é conseguir que saia só você na foto. E também é impossível ver tudo, embora eu estivesse com um mapa. Qualquer coisa me distraía, andava às tontas, passava duas ou três vezes no mesmo local, queria rever ou conseguir uma foto boa. 
          Enfim, melhor do que eu ficar contando, é deixar que as imagens digam um pouco mais.
Bom proveito!











































Qual delas é a criança que está se divertindo mais?


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