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Windsor


Caminhos da realeza                                                                             fotos: Isadora Pamplona

          Entre os passeios de um dia nos arredores de Londres, Windsor agrada aos que gostam das atrações ligadas à monarquia e ao estilo de vida tradicional dos britânicos. A cidade, às margens do rio Tâmisa, já foi sede da realeza e seu castelo é, atualmente, o preferido da rainha Elizabeth para os finais de semana.
          Os pontos turísticos incluem instituições como o Eton College (de 1440, que preserva até hoje o uniforme de fraque e colete) e o Hipódromo de Ascot, onde são realizadas as famosas corridas.

Castelo de Windsor
         A principal atração é o Castelo de Windsor, que tem funções de palácio (é uma das residências oficiais de  Sua Majestade, juntamente com o de Buckingham, em Londres, e o de Holyrood, em Edimburgo, na Escócia). 
          A casa habitada pela família real há mais de 900 anos é hoje o maior e mais antigo castelo permanentemente ocupado do mundo. Planejado para acomodar servos, cortesãos e militares, é um misto de cidadela, fortaleza e palácio. Dizem que a fortificação anterior sobre a qual foi erguido teria sido ocupada pelo Rei Arthur no século VI. Antigamente, a realeza usava barcos para se deslocar pelo Tâmisa de um castelo a outro entre Londres e Windsor.
       




          Para alegria dos turistas, em Windsor existe a chance de apreciar uma cerimônia de Troca da Guarda bem de pertinho.


       




          Uma excursão ao interior do castelo mostra as salas oficiais (State Apartments), aposentos  luxuosamente decorados, e a Capela de St. George, onde estão os túmulos de reis e rainhas, entre eles Henrique VIII. Numa das salas está a singular Casa de Bonecas da rainha Mary.
          











          No exterior, percorrer os gramados e alamedas proporciona um agradável passeio que pode se estender pela imensa linha reta (Long Walk) que corta o parque. Ir até ao final (cerca de 4 km) é para quem tem fôlego. 



          Antigo território de caça, o Great Park é agora uma imensa área de lazer e recreação aberta ao público. Sua paisagem é feita de colinas, pequenos bosques pontuados por árvores de carvalho, um rio, lagoas. 
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Dicas/experiências:
Turismo: de trem, a partir da estação Waterloo (próximo ao London Eye), chega-se à estação Windsor em menos de uma hora. Dali, uma caminhada de 5 minutos por uma ruazinha leva direto ao Castelo. Dá pra comprar bilhete-combo (trem + entrada para o castelo). 
Site oficial da Monarquia Britânica: (www) -
Blog oficial de turismo na Inglaterra, Escócia e país de Gales: (www)
Great Park:  (www)
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Veneza


A Sereníssima                                                                                   fotos by: Isadora Pamplona

          Veneza era um lugar inatingível na imaginação (uma Atlântida submergindo lentamente), custei a acreditar que estava ali. A sensação de irreal me acompanhava pelas calçadas, passagens, escadas, becos. 
Palácio dos Doges


          Historicamente chamada A Sereníssima, tem lugares de sonho para qualquer turista, como a Praça São Marcos, o Palácio dos Doges, o Grande Canal, as pontes Rialto e dos Suspiros. Formas e sons que me atingem pela paixão, o Barroco. Em Veneza nasceram dois dos meus ídolos barrocos: o pintor Jacopo Tintoretto (tem uma Pietà dele no Masp) e o músico Antonio Vivaldi.

         O centro histórico é formado por centenas de ilhas interligadas na Lagoa de Veneza - no Mar Adriático - por quase 200 canais e 400 pontes.  Disso é feito seu charme peculiar, percorre-se quase tudo a pé.
          Para ir mais longe, pega-se um táxi-barco, um vaporetto (espécie de balsa motorizada, correspondente ao ônibus local) ou, se o orçamento permitir, uma gôndola (barco clássico de Veneza). Num traghetto (mais simples) dá pra sentir a sensação de andar de gôndola sem pagar tanto. 
Vaporetto
         

          Os canais são cortados por barcos de todos os tipos e em todas as direções,  achei estranho ver passar um veículo da Polícia ou uma Ambulância sobre as águas, a toda a velocidade, com as sirenes ligadas. Estranhei também aguardar um meio de transporte numa parada flutuante. Depois de três ou quatro dias, fiquei com a sensação de estar balançando suavemente, como num navio. Um barco carregado passa e leio no anúncio “trasporto cose” (transporto coisas).
          

Piazza San Marco
          Conseguimos um albergue na ilha de Giudecca por um preço inacreditável, contrastante com o que haviam nos prevenido a respeito da hospedagem na cidade.  Inacreditável era também a vista, abrindo a janela ao acordar enxergávamos nada menos do que a Piazza San Marco do outro lado do canal.
          É para lá que acorrem os turistas. Para o amplo espaço circundado por prédios e monumentos que se transformaram em símbolos de Veneza, como o Palácio Ducal, o Obelisco com o Leão de São Marcos (santo padroeiro), a Basílica, o Campanário e a Torre do Relógio, além dos cafés e restaurantes tradicionais.
Piazza San Marco, vista do alto do Campanário

          A música se faz ouvir no ar durante o dia, ou à noite. Luxuosos cafés costumam manter orquestras para atrair e agradar clientes. Como turistas, circulávamos pela praça com ar desinteressado, usufruindo o brinde sonoro. Graças à indicação (e apoio financeiro) do pai da Isadora (viajante pra lá de experimentado), pudemos conhecer um deles, o Caffè Florian, que se apresenta como o mais antigo de Veneza, aberto em 1720. Suas salas de chá são ricamente decoradas, com pinturas dignas de exposição permanente nas paredes e têm preços diferenciados, a depender da posição da mesa que se escolhe, sendo mais caras as próximas da porta, voltadas para a praça San Marco. Pedimos só uma taça de vinho.

Ca’d’Oro, terraço interno
          Uma visita ao Palácio dos Doges, construído entre 1309 e 1424, vale uma aula-combo de arte e História. A arquitetura remete ao gótico, os quadros e pinturas da época pretendiam rivalizar em grandiosidade com as paredes e tetos do Vaticano. A antiga sede do poder veneziano é hoje um museu. Da sede dos tribunais, na ala palaciana, os condenados eram conduzidos à prisão na outra margem pela Ponte dei Sospiri (Ponte dos Suspiros), que eu imaginava fosse uma romântica alusão aos enamorados.
          Veneza tem muito a oferecer, colhemos em três dias nossa cota de atrações percorrendo ruelas, pontes, praças, palácios, igrejas. É quase mágico deparar-se em uma esquina qualquer com um momento inesperado de beleza. Cada foto dá um belo quadro. Destaque para a Ca’d’Oro, palácio construído por encomenda de um mercador entre 1421 e 1440.
         A imagem mais difundida mostra a cidade como lugar ideal para passeios românticos de casais em lua-de-mel. Nos anúncios, os enamorados deslizam numa gôndola enfeitada e conduzida por um tenor entoando canções italianas. Mas, Veneza ficou conhecida também pela sua programação multicultural, que abrange desde o Carnaval, passando pelo Festival de Cinema, Bienal de Artes e a tradicional Regata Histórica, em que os gondoleiros vestem-se com trajes de época.

          Outro atrativo local é a fabricação e comércio de objetos de vidro, que podem ser observados na ilha de Murano, uma das principais da lagoa, juntamente com Burano, Torcello e Giudecca, entre tantas outras. Em Murano fica o pólo industrial do cristal e se pode visitar uma fábrica artesanal, com direito a acompanhar o trabalho de um dos mestres vidreiros.
Ponte Rialto


          A ponte Rialto, sobre o Grande Canal, mais antiga (construída entre 1588 e 1591) e mais famosa de Veneza






          


          Visão ímpar do Cemitério da cidade, na ilha de São Miguel.








Máscaras de Carnaval, outro dos símbolos de Veneza
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Porto Seguro


Caminhos da nossa História                                                             fotos by: Ira

          
          Foi em Porto Seguro, no sul da Bahia, que os portugueses primeiro desembarcaram quando chegaram ao Brasil em 1500. A cidade – hoje Monumento Nacional - é um dos destinos turísticos preferidos de quem visita a Bahia, juntamente com a vizinha Santa Cruz Calábria, onde foi realizada a 1a. Missa. Conheci esses sítios históricos com um grupo de amigos durante um minicruzeiro de navio pela Costa Brasileira.
          



          De escuna, chegamos à baía de Porto Seguro, de onde já se vê o casario colorido a poucos passos da praia. A localidade mantém um perfil que remete às primeiras casas e igrejas da então capitania. São as mais antigas construções do Brasil colonial. Atmosfera primitiva, terrenos de grama, ruas de chão batido, pequenas praças. 



          O comércio do município apoia-se no turismo. Casas e tendas de artesanato oferecem produtos locais e peças de trabalhos indígenas à base de madeira, casca de coco, palha e sementes, entre outros.
                foto by: (www)
Marco da Posse (em 1o. plano), Casa de Câmara e Igreja  Matriz 
         

          Um guia local se oferece para nos prestar informações sobre o Centro Histórico. O principal conjunto arquitetônico é formado pelo Marco da Posse (instalado pelos portugueses em 1503), a Igreja Matriz Nossa Senhora da Pena (padroeira da cidade), mais a Casa de Câmara e Cadeia. O Marco da Posse era usado para demarcar as terras e registrar a propriedade da Coroa Portuguesa sobre a região. Os prédios são restaurados e preservados.
          






          Uma grande cruz de madeira no centro da praça marca o local onde teria sido rezada a 1a. Missa. Mas os historiadores afirmam ter sido no município vizinho, Cabrália.





         









          Na divisa com o município de Santa Cruz Cabrália, em Coroa Vermelha, um monumento à beira da estrada atrai a atenção dos turistas (e a nossa, óbvio), param todos para uma foto. 
          É uma homenagem à 1a. Missa do Brasil. Próximo ao local tem uma aldeia indígena Pataxó, descendentes das tribos ancestrais que habitavam a região desde os tempos do Descobrimento.


 (Se não foi invenção de José de Alencar, talvez meu nome  tenha origem  Pataxó)












          Ah, eles emprestam adereços para a gente tirar fotos. Mas, nem no carnaval eu convenceria como Iracema Pataxó.




O litoral de Porto Seguro conta com várias praias e, para quem dispõe de mais tempo, vale conferir pontos próximos, alguns bastante famosos como Arraial d’Ajuda e Trancoso.
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