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Região de Flandres (Bruges e Gent)

Passeios por paisagens de filmes                                                                        fotos by: Ira
Ruas e canais de Bruges e Gent me lembraram cenários de filme. Parecem aqueles “fundos infinitos” em frente aos quais dá para ir contando uma história de época (quase ficava esperando ouvir um “corta” de vez em quando). Por isso, valeram todas as recomendações que recebi até me decidir por conhecê-las. São realmente cidades muito bonitas, imperdíveis  para quem gosta (como eu) de lembrar e contar sobre os lugares especiais em que esteve.

Em termos de beleza, são perfeitas demais, não tem foto feia. Acho que à noite, enquanto os turistas dormem, os moradores renovam a paisagem, filtram os rios e canais, passam espanador nas folhagens, dão corda nos cisnes. Cedinho da manhã, quando começam a chegar as hordas de visitantes enfileirados atrás de um guia já está tudo a postos. É só aquecer o chocolate.




A Adoração do Cordeiro Místico - Jan van Eyck
Partimos de Bruxelas em direção a Bruges, capital da província de Flandres, no noroeste da Bélgica, país que é dividido em duas partes: norte (cultura e língua flamengas, parecidas com a holandesa) e sul (influência e língua francesas). 
No caminho, breve parada em Gent, que tem entre suas atrações castelos medievais, igrejas e prédios históricos, com destaque para a Catedral de Saint Bavo. 
Em uma de suas capelas laterais pode-se admirar a obra “A Adoração do Cordeiro Místico”, pintada em 1432 pelo artista flamengo Jan van Eyck. 
Durante a Idade Média, o canal Swin ligava Bruges ao Mar do Norte e, nos primórdios da indústria têxtil, a cidade chegou a ser grande produtora e exportadora de lã tornando-se rica e poderosa. Perdeu essa posição, no entanto, ao ficar sem acesso ao mar, por assoreamento do canal, enquanto a vizinha Antuérpia, com seu porto, tornava-se a rica da vez.
Bruges caiu no isolamento e na estagnação durante o século XV e assim permaneceu por cerca de 400 anos até a metade do século XIX quando teve a sorte de começar a cair também no gosto dos turistas. Com a construção e ampliação do porto de Zeebrugge, o turismo internacional foi aumentando e hoje a cidade é um dos destinos mais populares da Europa.

Seu centro histórico faz parte do patrimônio mundial arrolado pela Unesco. Talvez boa parte desse sucesso deva-se ao fato de que a arquitetura típica, prédios e locais importantes da Bruges medieval foram cuidadosamente preservados. Sobre essa base, vão sendo acrescentadas modernas atrações, museus, hotéis e restaurantes, entre outras.


O espaço da grande praça do mercado (Groten Markt) parece ser o ponto convergente dos visitantes que, como eu, chegam nos ônibus de excursão. Fácil de achar depois que a gente sai sozinho para dar umas voltas, é só procurar pela torre do campanário (Halletoren).  
Ao fundo, Campanário de Bruges (Halletoren)














Do alto dessa construção do século XIII, um dos símbolos do lugar, o campanário (Belfry of Bruges) com seu carrilhão de 47 sinos indica as horas. Quem tiver fôlego para subir seus mais de 350 degraus estreitos será compensado com uma vista total da cidade, que por sinal é bem pequena.



Estive em Bruges no inverno, fora da alta temporada, mesmo assim ela estava bem movimentada. O que mais observei foram dezenas de grupos de turistas se deslocando ao longo das ruas sinuosas, a pé, de bicicleta ou encarapitados em charretes de passeios. Ouvi comentários de que, durante a temporada, as ruelas ficam quase intransitáveis.





Os grupos e aglomerados de pessoas em frente às casas de chocolate, ou nas esquinas, abrem alas quando ouvem o som típico dos cascos dos cavalos nos paralelepípedos. 
Um condutor vai contando a história do lugar para os passageiros, vejo-os que passam sorrindo com ar de estarem em algum século passado.










Os passeios de barco pelos canais são igualmente apreciados. 





Turistas apoiados no parapeito das pontes acompanham com o olhar os que passam embaixo, deslizando sobre o espelho que reflete a ambos num arco invertido. Todos igualmente embevecidos, olhando ao redor e clicando quase simultaneamente em suas câmeras. 
Alguns dos passeios pelos canais levam até a vizinha cidade de Gent.


Ao passar pelo Minnewater (Lago do Amor) alguns jogam moedas n’água, torcendo para que a crendice funcione, pois dizem que isso traz boa sorte para os enamorados.


Dicas/Experiências:

TurismoSite oficial (Bruges)
Site Oficial (Gent)

Roteiro personalizadoNo site, opção para montagem de planos personalizados, com mapas e indicações das principais atrações. É só preencher o formulário com datas prováveis e horários que se pretende dedicar aos passeios e escolher as sugestões que são mostradas na tela com explicações detalhadas para cada uma. Ao final, tem opção de imprimir, enviar o roteiro para o celular ou para um endereço de e-mail com possibilidade de compartilhamento entre amigos.

Como chegarPode-se ir a Bruges de trem partindo de Bruxelas. Os horários são freqüentes e o trajeto leva cerca de 1 hora.

Há na cidade diversas casas especializadas em chocolate belga; melhor não ir comprando logo na primeira, ou naquela indicada pelo guia da excursão. Durante as caminhadas, descobrem-se outras com a mesma marca por menor preço.


Bons motivos para retornar - caminhar com mais vagar pelas ruas de Bruges, sem ter que perder o fôlego correndo atrás do guia e cuidando para não se perder do grupo. Também tem passeios de balão, seria bom ver a pequena cidade de um posto mais alto do que a torre do campanário.
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