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Da Toscana à Lombardia

Volta Pela Europa em 126 dias - Parte III
(Melhor bem acompanhada do que só...)

Fazia um mês e meio que eu estava na Europa para a minha primeira e sonhada viagem pelo mundo. Sem saber direito como fazer isso sozinha, eu vinha dando um jeito de continuar em boa companhia. Passei alguns dias com minha filha, em Londres; uma semana na casa de amigos em Paris; fiz um giro pelo Reino Unido com minha amiga Lais e, enfim, juntei-me a um grupo de amigos de Florianópolis que fazia turismo pela Itália.
                                                   fotos by: Ingri Boll
Edel, Abelardo, Susy e eu
Partimos de Roma num carro alugado em direção à Toscana, tendo pelo caminho aquelas paisagens já vistas em filmes e revistas. Divertimo-nos quando a Susy parou e quis descer pensando ter encontrado um belvedere para admirar o panorama. Era apenas uma pequena colina, igual a dezenas de outras e perdida em meio a uma plantação de oliveiras.
Susy e Abelardo
treinando para frentistas
Passamos por muitos pedágios. No início, tínhamos dificuldade de identificar a tempo em qual fila deveríamos entrar e achamos diferente abastecer pelo método self-service nos postos automatizados. 
Pelo menos em uma das vezes a máquina “engoliu” € 50,00 e travou.  Num domingo. Por sorte, a atendente de uma cafeteria nas proximidades aceitou ficar com nosso ticket para se ressarcir no posto no dia seguinte. Ufa! Recuperamos nossos preciosos euros.
Primeira parada: San Gimigniano, cidade em estilo medieval que me pareceu uma miniatura de ruas em labirinto. Um espiral de brinquedo: uma pequena praça, um poço, um castelo rodeado por ruelas e casinhas, tudo circundado por uma muralha imensa. Depois, vi que este modelo de cidade é bem comum em vários países da Europa. Mas, San Gimigniano foi a primeira e ficou com o privilégio da lembrança inesquecível.                                                                  
                                                    fotos by: Susy Schaefer
Conhecemos também Pisa, Verona, Florença, Pádua. Em Pisa, fiz bastante fotos, para me vingar da viagem anterior, quando apenas pude passar pela cidade à meia-noite, sem chance de ver a torre famosa por causa de uma greve de trens que atrasou nossa saída de Veneza. Em Verona, outra cidade em estilo medieval, cheia de ruazinhas por onde nos perdemos (mesmo com um mapa), ficamos um tempão procurando a Casa de Julieta.
Ao chegarmos a Florença, meus amigos se instalaram em um agradável Bed & Breakfast estilo familiar (os proprietários residem ali e gerenciam o hotel, que funciona no piso superior). Mas, não havia mais vaga quando tentei reserva pela internet quase em cima da hora. O albergue em que consegui ficava muito distante, ao contrário do que informava o site e a infra-estrutura se mostrou muito abaixo da minha expectativa.
Decepcionada, pedi cancelamento, mas tive que pagar pelos pernoites e ganhei só um descontinho mixuruca depois de muito choro. Nova lição da Itália: “quem erra paga”, disse o rapaz, pois expliquei ter me equivocado ao fazer reservas sem conferir direito as informações no site. Ruim também para o Abelardo, que havia arrastado minha mala pelas ruas, foi difícil encontrar o endereço, tivemos que dar muitas voltas. Terminamos retornando ao hotel do grupo onde dividimos um quarto (cama extra) Susy, Edel e eu. Pena que ninguém conseguiu dormir por culpa de uma tosse que me acometeu por umas três noites.
Proximidades da Galeria degli Uffizi
Em Firenze, cumprimos roteiro tradicional de turistas. Visitamos a catedral, o duomo, caminhamos pelas ruas, consultamos os mapas mil vezes, conseguimos até pegar ônibus e circular pela cidade.
Timidamente, eu começava a usar o italiano que havia aprendido.
Não houve consenso (nem haveria tempo) para aguardar na fila e comprar tickets para  entrar no famoso museu. Ficou para uma próxima oportunidade. Fizemos um passeio ao alto de uma colina e desfrutamos uma privilegiada vista panorâmica da cidade. 
Edel e eu interessadíssimas nos doces da vitrine

Seguimos para Assis, onde visitamos a Basília de São Francisco e o mosteiro.

Em Pádua, a programação previa sair dali para passeios de ida e volta e Cortina D’Ampezzo e Peschiera, próximo ao Lago di Garda. Nesta última cidade, visitaríamos Marta, uma brasileira amiga da Ingri e que está morando na Itália.
No caminho de Cortina D'Ampezzo
Parada para fotos a caminho de Cortina D'Ampezzo. Edel queria muito ver a cadeia de montanhas Dolomitas. Quando chegamos, fazia o maior frio e começou a chover. Mal conseguimos dar umas voltinhas pela cidade, tivemos que voltar correndo para o carro. 
Até então, eu não tinha conseguido decidir por onde começar minha viagem sozinha. Em breve o grupo se dividiria, eles seguiriam para Veneza e Paris, depois retornavam ao Brasil. 
Chegava a hora da despedida, eu pretendia seguir para o sul da Itália. Mas precisava decidir logo pelo menos qual o destino seguinte para poder fazer as reservas de passagens e albergues. Não conseguia, estava "travada". Então, entra em cena o imponderável: Ingri conversou com sua amiga Marta para que me recebesse por uns dias dando-me o tempo que eu precisava. 
Foi em Peschiera, assim, que comecei a etapa a sério da minha viagem, minha primeira experiência em fazer turismo sozinha.                                                                        
         Peschiera, ponto decisivo

            Com Marta e o namorado passeamos por Peschiera e em outra cidadezinha ali perto, Sirmione, depois fomos todos jantar numa pizzaria. Meus amigos foram embora, retornaram a Pádua, e eu fiquei.  Serei sempre agradecida à Marta e às duas brasileiras que moram com ela, Mariana e sua filha Danielle, pelo gesto de me receberem em casa mesmo sem me conhecer.
A generosidade delas deu o toque de confiança e o empurrão que eu estava precisando. Talvez, se não fossem elas, meu começo tivesse sido outro e alterasse a rota inteira da minha viagem.
            Danielle me emprestou seu quarto (meiga adolescente, gente fina). Mas, na verdade, eu estava me sentindo bem perdida, um tanto assustada. Estranhando a cidade, minha nova condição de viajante solitária, tudo. Sentia-me desconfortável por estar na casa de pessoas que eu acabara de conhecer. E, sobretudo, não tinha um rumo definido e não sabia bem o que fazer dali para diante. Vontade de voltar correndo pra casa e esquecer de vez essa história de ficar viajando sozinha por aí.
            No dia seguinte, Marta revelou-se uma anfitriã pra lá de gentil. Levou-me ao centro, mostrou-me a padaria, o mercado, a estação de trem, ponto de ônibus. Deu-me uma cópia da chave e seguiu para seus afazeres. E eu, apavorada, ainda sem saber o que fazer ou decidir.
Marta, anfitriã e fada-madrinha
Logo que ela me deixou, voltei quase correndo - como um cachorrinho - pra não esquecer o percurso. No mapa que peguei no centro de informações turísticas não constava o nome da rua, fiquei com medo de esquecer por onde andamos, já que passei conversando, distraída. Senti a maior satisfação quando, refazendo o trajeto, consegui encontrar o endereço onde estava hospedada. Afe! Só então relaxei e retornei ao centro da cidade um  pouco mais tranquila.                                                                                   foto by: Marta Netto                                  
Peschiera del Garda
Caminhei muito, dei muitas voltas, começando neste dia minha verdadeira viagem by myself e minha rotina de andarilha. Peschiera é uma cidadezinha linda, me lembrou  Floripa, as margens do lago parecem a Beira Mar. 
Mas achei-a um tanto “turística” demais para meus planos. Só via lojas, hotéis, bares e restaurantes e eu vinha mantendo o orçamento apertado, pois teria ainda mais de dois meses de viagem pela frente.
Não queria abusar da hospitalidade por muitos dias. Também não queria me comprometer fazendo reserva em algum albergue local sem ter certeza se ficava ali ou não.  Na verdade, eu ainda não me via como "turista". Procurava um lugar com preço acessível onde eu pudesse permanecer tranquilamente por uns dias para descansar (estava viajando há mais de 30 dias), refletir e traçar meu rumo. 
Durante a longa caminhada, fui me dirigindo até a estação de trem e terminei comprando passagem para Milão, primeira cidade que escolhi conhecer. Amigos haviam dito que não era uma cidade bonita ou interessante e que eu não iria gostar, mas apostei na  escolha. Sem me dar conta naquela hora, estava afinal decidido o impasse: eu não ficaria por mais tempo em Peschiera.                                                         fotos by: Ira
Lago di Garda
 Marta havia comentado sobre um passeio de barco no Lago di Garda e, antes de partir, agendei esta programação. O passeio de um dia inteiro foi divino, experiência perfeita para uma turista iniciante. Era a primeira vez que eu viajava desacompanhada e pela primeira vez senti o sabor indefinível de estar num lugar estranho sem conhecer nada nem ninguém, ouvir línguas estranhas sem compreender as palavras (no barco, havia turistas de vários lugares), tudo observar e não poder trocar idéias. Sensação indescritível, mas boa.
Limone sul Garda
Era início da primavera, o sol refletia-se timidamente sobre os picos ainda nevados das Dolomitas. O barco percorria o lago em toda sua extensão com paradas nas diversas localidades do entorno. Era possível descer, pegar outro barco, seguir adiante. Desci em Limone, onde aquela cortina de montanhas me causou uma impressão de beleza indescritível, quase uma sensação mística. Tivesse ali nascido e seria inteiramente outra minha concepção de vida. 
Ter decidido seguir em frente foi minha primeira conquista. 
Fui acrescentando outras a partir de então. Mais me valeu o fato de ter estado sozinha durante algum tempo do que propriamente os lugares por onde andei. Durante os quatro meses que durou toda a minha viagem estive em quatro países e percorri 40 cidades. Das 20 regiões em que se divide a Itália, conheci dez. As restantes, ficam para as próximas aventuras.
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Penha – SC (Beto Carrero World)

Um dia inteiro de muita alegria
                                                                   foto by: Odir Zalamena


Assim que vi aquele castelo colorido eu sabia que, ultrapassadas suas portas, estaria entrando no reino da imaginação. Ali, só não é alegre quem não quer. E eu sou “facinha”, “facinha” para entrar na brincadeira. Fiquei criança! Durante um dia inteiro. 



Na Fire Whip - Rô, Odir
Franco, eu, Rafaela  e Luzia











Éramos seis dispostos a encontrar diversão e isso é o que não faltou no imenso parque instalado numa área de 14 milhões de metros quadrados.

Torre do Terror


Sou reincidente (estive lá há alguns anos), mas sempre acho que é tempo de rir, gritar, sentir medo (confiando secretamente que tudo vai acabar bem) ou deixar-se simplesmente extasiar pela natureza e pelo convívio com outras pessoas que estão no mesmo estado de espírito. 


Ah! É muito bom descer uma corredeira, imaginando estar num bote à deriva em um rio na África... 

...cair na água e tomar um banho de respingos...

... ver os outros dependurados de pernas para o ar...
Fire Whip, a montanha-russa mais radical...
Na primeira vez que arrisquei ir na Fire Whip, eu só conseguia gritar apavorada e - quando abria os olhos - enxergava apenas as ferragens do carrinho da frente, não tinha coragem de olhar para mais nada ao redor. Depois do terceiro retorno, já conseguia manter os olhos abertos e boca fechada. Esta é a única montanha-russa do Brasil no estilo invertido, em que os trilhos ficam sobre a cabeça das pessoas e faz cinco loopings no trajeto de aproximadamente 600 metros.
Free Fall, na subida só sorrisos...

Na volta, tentamos eleger a brincadeira favorita e cada um lembrava de algum detalhe que tornou seu momento especial entre as várias atrações. A Free Fall (torre da qual se despenca de 100 metros de altura num elevador em queda livre) e a Fire Whip (montanha-russa cheia de loopings) foram as favoritas. Voltamos várias vezes nelas até quase enjoar, que nem criança fica fazendo quando gosta.


Isso que só havia uma criança de verdade entre nós, meu sobrinho-neto, Franco (12 anos). Fomos todos comemorar os aniversários dele e da sua irmã Luzia (que acontecem em datas aproximadas), mais a prima Rafaela, seus pais, Odir e Ângela Rosana, mais euzinha. Posso dizer que houve sintonia perfeita nessa questão de faixa etária.


Confesso que levei medo quando vi, de longe, a tal torre radical. Tive que juntar coragem para encarar. E não é que senti uma sensação incrível de flutuar no ar enquanto aquele carrinho desce a mil e parece que os miolos da gente sacodem dentro da cabeça? 

   foto by: Franco Zalamena
Enquanto os demais repetiam a torre e a montanha-russa, minha sobrinha e eu desfrutamos bons momentos tagarelando e "dirigindo" uma xícara.
          fotos by: Ângela Rosana Zalamena


Dá pra acreditar? A transformação de uma mulher, antes loira e linda, em uma enorme gorila assustou, sim, muita gente boa (e nem tão pequena) naquela sala escura. Na saída, fiz paradinha na mão do King Kong.

Passeamos de trenzinho com direito a assalto por uma dupla de bandidos mascarados. Sorte que eles logo foram vencidos pelo mocinho Beto Carrero que chegou montado em seu cavalo branco, o Faísca. 

Gritamos e demos boas risadas no balanço radical do Barco Pirata. Na saída, um pirata sanguinário pegou o Franco, ameaçou torturá-lo barbaramente... e começou a cantar o hino do Corinthians.





Encerrados os brinquedos, no final da tarde, fomos assistir O Sonho do Cow Boy, musical em homenagem ao Beto Carrero. Beleza de apresentação envolvendo mais de 30 artistas, entre cantores, atores e bailarinos. 


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Um sonho que agrada a todas as idades

Beto Carrero World - parque multitemático construído a partir do sonho do brasileiro João Batista Sérgio Murad - foi inaugurado há mais de 20 anos (dezembro de 1991) no município de Penha (balneário de Armação), no litoral de Santa Catarina. 
Apoiado na fantasia infantil de imitar o herói Zorro ele alimentou a idéia de trabalhar num parque de diversões. Resolveu criar o seu próprio e conseguiu isso com esforço pessoal e persistência incomum. Hoje, o lugar atrai milhares de visitantes do Brasil e de países da América Latina.
São mais de 100 as atrações oferecidas ao público infantil e adulto, com ampla infra-estrutura, num só lugar, em meio à natureza. É um mundo completo de diversão subdividido em sete áreas temáticas: Avenida das Nações, Aventura Radical, Ilha dos Piratas, Mundo Animal, Terra da Fantasia, Velho Oeste e Vila Germânica.
A montanha-russa mais radical, a Fire Whip, é a única no país em que os trilhos estão  posicionados sobre a cabeça dos passageiros, proporcionando giros invertidos. Com mais de 30 metros de altura, faz cinco loopings ao longo de seus 600 metros de extensão.
Para os pequenos tem atividades como carrossel, passeios de pônei e cavalo, interação com animais domésticos e seus filhotes, além de um zoológico com tigres, girafas, leões e camelos, entre outros animais selvagens instalados em ambientes que reproduzem seu habitat.                                           
                                    fotos by: Ângela Rosana Zalamena                                                   
Império das Águas,  Beto Carrero World
Para todas as idades tem pedalinhos, shows ao vivo, cinema e brinquedos radicais. Tem praça de alimentação (restaurantes, lanchonetes, cafés e sorveterias), lojas e transporte pela área do parque em trenzinho e teleférico. Impossível sair de lá sem se divertir.
Minha única chance de pegar um jacaré...

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Mais sobre Brasil (Sul) no blog em:
Florianópolis
Foz do Iguaçu
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Dicas/experiências:

Como chegar: fui de ônibus comum (empresa Catarinense), partindo cedo da manhã de Florianópolis e cheguei em Piçarras por volta das 10h (duas horas de viagem). Dali, é preciso pegar outro ônibus até a localidade de Penha. Taxistas cobram cerca de R$ 35,00 para fazer o trajeto. Mas, a maioria dos visitantes chega mesmo é de carro particular ou nos ônibus de excursão, sem contar os que usam transporte aéreo e desembarcam no pequeno aeroporto local. Na volta, tinha que repetir o roteiro indo até Piçarras e, de lá, pegar um ônibus para Florianópolis, mas retornei no carro de carona com a turma.

Ingressos: podem ser reservados e adquiridos pela internet (site). É mais prático, pois, na chegada, basta ir direto às catracas com o e-ticket; Também podem ser adquiridos em agências de viagem e turismo.

Funcionamento: melhor consultar o site antes para confirmar datas e horários. Para o restante de 2012, o parque anuncia que estará aberto diariamente, entre 9h e 19h, nos meses de julho, novembro e dezembro. Funcionará de quinta-feira a domingo e feriados nacionais nos meses de abril, maio, junho e agosto. Nos meses de setembro e outubro, sempre que houver feriados nacionais o Beto Carrero World estará aberto de quarta-feira a domingo.
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Mykonos (Μύκονος)

Ilhas Gregas (I)                                                                 fotos by: Isadora Pamplona
Mykonos ao anoitecer
Chegamos a Mykonos debaixo de uma chuva fininha, contrariando minha expectativa e a imagem que eu fazia das ilhas gregas em geral: cúpulas azuis sob o reflexo dourado do sol, tudo espelhado na imensidão azul do mar. Vínhamos de Santorini, onde a realidade combinava e até mesmo superou o imaginário. Talvez por isso, nos impressionou encontrar na cidade  muitos telhados e cúpulas na cor vermelha. 


Assim que chegamos ao porto,  telefonamos e o  pessoal do albergue fez a gentileza de nos buscar, embora o endereço fosse bem próximo.
Ficamos instaladas  numa daquelas típicas casinhas caiadas com um avarandado fazendo as vezes de “laje” para a habitação inferior. Havia dezenas iguais e pareciam empilhadas na subida de uma ladeira.



Do terraço do albergue...




...vista para o porto de Mykonos
Grécia tem milhares de ilhas, mas poucas (cerca de 100) são as habitadas de forma permanente. 
Mykonos e Santorini estão entre os destinos mais visitados do grupo das chamadas Cíclades, no mar Egeu, ao redor da ilha sagrada de Delos
A cidade de Mykonos, ou Chora, é a capital da ilha. 



A agitada vida noturna local e sua preferência inconteste entre o público gay são, sem dúvida, fortes atrativos e a marca registrada da cidade. 
Mas, somente nos últimos anos a ilha recuperou parte do glamour que esbanjava na década de 1960, quando despontou ligada ao nome então famoso de Jaqueline Onassis. 





Além de destino predileto das dezenas de pares românticos que circulam pelas ilhas gregas e daqueles que ali desembarcam dos navios de cruzeiros, Mykonos é conhecida por suas praias, como Platis Gialos e Paradise, ambas a poucos quilômetros de Chora.
Tem ainda dezenas de bares, cafés, clubes, restaurantes, lojas.


Fizemos, minha filha e eu, longas caminhadas de reconhecimento. Chegamos ao pitoresco bairro conhecido como Pequena Veneza, cheio de ruelas. Casinholas coloridas beiram o contorno de areia na praia e seus balcões pendem como pendurados por sobre a água. 



Seguindo adiante (haviam nos alertado sobre a possibilidade de nos perdermos por aquelas ruelas), encontramos os famosos moinhos, dispostos em fileira no alto de uma pequena colina, proporcionando uma visão encantadora ao entardecer. 
Esta é a parte antiga de Mykonos e um de seus cartões postais, símbolo da cidade e alvos das lentes dos turistas e fotógrafos. Os antigos moinhos não mais funcionam, apenas um deles, do século XVI, foi recuperado e abriga o museu local.
É claro que nos perdemos (isso acontece seguido) e tivemos que retornar perguntando o caminho.




Restaurantes bons e famosos concentram-se numa área próxima e, em frente a um deles, conhecemos o legendário mascote da ilha,  o pelicano Pétros. Ele passeia pelas ruas do entorno, adentra nos locais mais conhecidos, pede comida, diverte os frequentadores e posa para as fotos dos turistas. 
Há mais pelicanos passeando pelas ruas ou nas praias, mas sempre tem um que representa o Pétros original, atualmente empalhado, que desempenhou o papel de mascote por mais de 30 anos. 





Procuramos até encontrar outro dos símbolos da ilha e um de seus locais mais fotografados, a Panagia Paraportiani, uma igreja branca erguida nos fundos de um forte medieval.
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Penso em Mykonos às vezes, olhando o horizonte, vendo um entardecer na Beira Mar, em Floripa. Sua beleza ainda sustenta nas minhas lembranças a imagem da Grécia como a via em sonho desde sempre.

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Dicas/experiências:
Informações turísticas: Mykonos 
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Dicas - Bolsa (qual, o que, como levar)

Para o básico indispensável
                                      Foto by Liu Hongjie 




A bolsa ideal - para mim - tem que ter lugar para caber tudo o que uma mulher acha indispensável, espaço para algum extra e ainda valer para todas as ocasiões. Ela precisa ser nossa aliada nas mais diversas situações, especialmente quando estamos circulando em território não conhecido.
Tem que ser grande (de preferência sem chamar muito a atenção), ser prática para carregar e ser manuseada com uma só mão (se a outra estiver ocupada puxando a mala ou se segurando num suporte do metrô).










Escolhi uma com formato de “saco” de tecido (pesa menos e pode ser lavada), com fecho, forro resistente e no formato de uma grande alça com nó para ser usada atravessada no peito ou nas costas (como as bolivianas carregam os bebês), deixando ambas as mãos livres.












No lado interno, pedi para um sapateiro costurar um pedaço de uma bolsa antiga, com três divisões: uma com fecho para as moedas e o dinheiro do dia a dia; nas outras, distribuo celular, mapas e bilhetes de metrô, tudo ao alcance de praticamente um movimento.
Costurei também uma bolsinha de tela (tipo as que se usa para lavar roupas delicadas na máquina) para levar tudo que é importante num só lugar e num jeito fácil de achar.


Com um gancho metálico tipo “mosquetão” (imitação em alumínio de equipamento de escalada), prendo na parte interna da bolsa o porta-dólares com documentos, dinheiro e cartões, para tê-los sempre junto ao corpo, mais a alça da câmera. Os mosquetões servem também para pendurar coisas extras pelo lado externo da bolsa ou da mochila (casacos leves, sombrinhas, havaianas, sacolas). 


No fundo da bolsa (ou “saco”) ainda sobra espaço para colocar, caderno de anotações, garrafa com água,  ècharpe, óculos, lenços de papel, batom, etc.

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Dinheiro/Cartões – Além de desbloquear os cartões de crédito para uso internacional, deve-se informar previamente a operadora sobre o período de permanência no exterior e quais países estão previstos no roteiro para serem visitados.
Alguns bancos acrescentam um filtro especial para operações via internet em determinados países e, se não avisados previamente, a operação é bloqueada no momento do acesso. Aconteceu quando minha filha fazia um mochilão pela América Latina e só fui descobrir depois da terceira visita à agência bancária, pois nem todos os funcionários são tão bem informados quanto seria desejável. Apenas um estagiário soube explicar por que a conta estava bloqueada.  
Outra dica - aprendi com um amigo - é escanear toda a documentação e enviar cópias para o próprio endereço de e-mail. Números de cartões (e datas de validade), telefones de emergência, senhas (obviamente em lista separada e, se possível, num código que só o titular entenda), tudo deve ser relacionado e mantido em local seguro e que possa ser acessado facilmente.
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Acessórios costurados por dentro ...

       ... dão maior segurança
       e facilitam o manuseio
Documentos – Passaporte com pelo menos seis meses de validade antes da data prevista de retorno. Vistos para os países que o exigem. Seguro de Viagem (especialmente saúde) para todo o período de permanência com pelo menos cobertura mínima.
Poucos têm conhecimento (não é muito divulgado), mas o Brasil mantém convênios com diversos países (Cabo Verde, Chile, Espanha, Grécia, Itália, Luxemburgo, Portugal e Uruguai), garantindo atendimento médico gratuito na rede pública para brasileiros segurados pela Previdência Social. 
Antes de viajar, informe-se no SUS de sua cidade como obter o CDAM - Certificado de Direito à Assistência Médica, que assegura atendimento emergencial ao turista nesses países. (maiores informações)
Além de cópia da passagem de volta, é bom providenciar comprovantes que atestem capacidade de manutenção do turista no exterior, vínculos com o país de origem e intenção evidente de retorno, ex.: cópias atualizadas de contrato de trabalho e pagamentos salariais, extratos bancários de conta-corrente ou poupança.
Alguns agentes de imigração (especialmente no Reino Unido) ficam fazendo dezenas de perguntas e parece, sempre, que corremos o risco de sermos barrados. Quando se pode mostrar comprovantes, tudo fica mais fácil. Pelo menos as partes essenciais desses documentos devem estar traduzidas por tradutor juramentado, em inglês ou, se possível, na língua do país onde se dará a permanência mais longa.
Por precaução, faço uma lista com os números dos bilhetes aéreos, horários de vôos, pontos de chegada e partida; vouchers dos hotéis (endereços e telefones) e envio para meu endereço de e-mail
Reenvio as msg. de confirmação de reservas dos hotéis (que vou fazendo pelo caminho) para minha filha e para uma amiga; assim, alguém sempre sabe por onde ando. 
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São Petersburgo (Санкт-Петербу́рг) - Parte I

São Petersburgo (Санкт-Петербу́рг)
                                                                                                               fotos by: Isadora Pamplona

     Só consigo descrever as belezas de São Petersburgo se puder usar hipérboles e superlativos. Vi tudo grandioso, magnífico: prédios imponentes, avenidas majestosas, pontes e catedrais que são uma ostentação na paisagem ornamentada pelas curvas e canais de dezenas de rios (sendo os maiores NevaFontanka e Moyka) e diversas ilhas da soberba cidade incrustada no Golfo da Finlândia.                                                       

     Chamada Veneza do Báltico -      pela beleza e semelhança - St. Petersburgo é para mim simplesmente apaixonante e traduz a essência da alma russa como eu a imagino: imensa, peculiar e repleta de secretos recantos íntimos de pura poesia.



     

     Fundada pelo czar Pedro, o Grande, São Petersburgo serviu de capital do Império Russo por mais de 200 anos, até a Revolução de 1917. 
   Já mudou de nome algumas vezes e  foi designada  como Petrogrado (1914 -1924) e Leningrado (1924 – 1991) antes de retornar ao nome original. 


Parte de seu fascínio deve-se aos rios, canais e ilhas que entrecortam a cidade em combinação harmoniosa com palácios e prédios de estilo barroco e neoclássico. 
Num passeio de barco a gente pode melhor acompanhar muitas das belezas de St. Petersburgo, como se estivesse vendo um longo filme de cenas e paisagens agradáveis.
                                                  fotos by: Ira


                                                                                 
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Meu deslumbre atingiu o auge quando minha filha e eu fomos brindadas com um espetáculo inesperado: uma pequena mostra das “noites brancas” (título de uma conhecida novela de Dostoievski).
Este é um  fenômeno que ocorre no início do verão em lugares com latitudes superiores a 60º. Ao se pôr, o sol se mantém abaixo da linha do horizonte deixando as noites claras.  Mas, estávamos fora da época dessas ocorrências, jamais imaginamos ver algo parecido.
Tínhamos acabado de jantar. O restaurante ficava num nível mais baixo, espécie de porão de onde não enxergávamos o exterior. Quando saímos para a rua ficamos admiradas, pois estava tão claro lá fora como se ainda fosse dia, num final de tarde, quando as primeiras luzes já se acendem esperando a noite. Mas os relógios marcavam 23h30min. Era como um crepúsculo prolongado, um sonho, a atmosfera esmaecida dava a tudo um aspecto irreal.                                                                      foto by: Isadora Pamplona      
                                                                                                
Para completar, surge de repente naquele cenário, numa esquina da Nevsky Prospect (principal avenida e coração pulsante de São Petersburgo), uma garota montada num cavalo. Conjunto de singular beleza, em contraste com o burburinho do trânsito e no contrafluxo dos pedestres. Dá para acreditar?
Aliás, percorrer em toda a sua extensão os quase cinco quilômetros da Nevsky Prospect constitui, por si só, um passeio para guardar na lembrança. A avenida, que concentra hotéis luxuosos, lojas, galerias, bares e restaurantes, registra tráfego intenso e as calçadas estão sempre lotadas de transeuntes. St. Petersburgo é uma cidade daquelas amigáveis ao turista, pois se pode chegar a grande parte das suas principais atrações percorrendo as ruas a pé.                                             
                                                                                                   fotos by: Isadora Pamplona  
          
     Em algumas ruas adentrávamos às vezes, curiosas, no que parecia ser apenas uma porta (ou portão) de acesso a um daqueles prédios imensos, tão juntos um do outro que parecem um bloco único e que ocupa quase o quarteirão inteiro. 



 Descobríamos, nos pátios internos, mundos totalmente à parte: os fundos da cozinha de um restaurante, condomínios residenciais, uma pequena praça, até um cinema. 
 Aspectos reservados a quem conhece aqueles lugares. E esses preservam-se alheios aos que passam pelas calçadas das largas avenidas e enxergam ali apenas uma simples porta de entrada de um prédio comum.  
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Mais sobre Rússia, no blog, em:
Moscou
Peterhof
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Dicas/experiências:
Informações Turísticas: no Aeroporto Pulkovo (na chegada), ou
nos sites (em russo e inglês) e (idem)
Tour (virtual) pela Nevsky Prospect
Walking Tours e Passeios de Barco: (site)
AlojamentoHotel Columb – 41, Kazanskaya Ulitsa, 190000 (metrô Sennaya Ploshad).
Tipo b & b, € 73,00 p/noite para duas pessoas, wi fi, internet free(site)
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